Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
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Clube de Poetas









domingo, 5 de junho de 2011

OLEGÁRIO MARIANO

OLEGÁRIO MARIANO
(1889-1958)


Olegário Mariano Carneiro da Cunha, filho de José Mariano Carneiro da Cunha - herói pernambucano da Abolição e da República - e de Olegária Carneiro da Cunha, nasceu no Poço da Panela, arrabalde da cidade do Recife, estado de Pernambuco, no dia 24 de março, no mesmo ano da Proclamação da República, em 1889.

Aos oito anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Inicialmente morou na Aldeia Campista, em seguida no Flamengo e depois no Cosme Velho onde foi vizinho de Machado de Assis.

Estudou no Colégio Pio-Americano. A orientação e estímulo para os versos vieram de um de seus professores, Alberto de Oliveira, que lhe daria mais tarde o seu primeiro prêmio de literatura.

Escrevia poesia antes mesmo dos 13 anos. Em 1904, então com 15 anos, publicou o seu primeiro livro: Visões de Moço, prefaciado por Guimarães Passos. Passou então a colaborar nas revistas Fon-Fon, Careta e Para Todos, publicadas no Rio de Janeiro.

Matriculou-se na Faculdade de Direito, mas não chegou a iniciar o curso, pois foi trabalhar no cartório do pai. O local era freqüentado, além de políticos, por Olavo Bilac, Guimarães Passos, Emílio Menezes, entre outros.

Olegário Mariano conheceu também Machado de Assis a quem dedicou grande admiração. Um amigo do pai, o Barão do Rio Branco, queria que Olegário seguisse a carreira diplomática, mas a idéia não contou com a aprovação paterna. Foi muito influenciado por Gonçalves Dias, como se percebe em seus trabalhos de inspiração patriótica, como Meu Brasil.
Casou com Maria Clara Sabóia de Albuquerque, em 1911, indo morar na Europa por quase um ano.

Em 1926, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira Nº 21, na vaga de Mário de Alencar.

Assim como ocorrera com o pai, que recebeu um cartório do presidente Rodrigues Alves, Olegário Mariano ganhou o seu de Getúlio Vargas, em 1930.

Dedicou-se à carreira política sendo Deputado da Assembléia Constituinte que elaborou a Carta de 1934, e na 2a Câmara Federal. Trabalhou também como Inspetor Federal de Ensino Secundário e censor de teatro. Em 1938, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, em concurso promovido pela revista Fon-Fon, substituindo Alberto de Oliveira que detinha o título após a morte de Olavo Bilac, que foi o primeiro a receber o título.

Representou o Brasil na Missão Melo Franco, na Bolívia, foi delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Inter-Americana de Lisboa, para o acordo ortográfico (1945), Embaixador do Brasil em Portugal (1953) e membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Conhecido como “o poeta das cigarras”, por causa de um dos seus temas prediletos, e considerado o último poeta romântico brasileiro, a sua contribuição à história da música popular brasileira não é muito estudada. Entretanto, em parceria com Joubert de Carvalho, deixou 21 composições, sendo que dezenove chegaram a ser gravadas. Em 1927, Cai Cai Balão e Tutu Marambé. O poeta aprovou as músicas e, a pertir de então, surgiram novas canções: De Papo Pro Ar (1932) e Dor de Recordar (1933). Olegário fez dupla com Gastão Lamourier, lançando o tango Reminiscência (1929), a valsa Arrependimento e a valsa lenta Suave Recordação.

O nobre poeta Olegário Mariano faleceu no dia 28 de novembro de 1958, no Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério São João Batista.


A Canção da Saudade

Que tarde imensa e fria!
Lá fora o vento rodopia...
Dança de folhas... Folhas, sonhos vãos,
que passam, nesta dança transitória,
deixando em nós, no fundo da memória,
o olhar de uns olhos e a carícia de umas mãos.
Ante a moldura de um retrato antigo,
põe-se a gente a evocar coisas emocionais.
Tolda-se o olhar, o lábio treme, a alma se aperta,
tudo deserto... a vide em torno tão deserta
que vontade nos vem de sofrer mais!
Depois, há sempre um cofre e desse cofre
tiramos velhas cartas, devagar...
É a volúpia inervante de quem sofre:
ler velhas cartas e depois chorar.
Que tarde imensa e fria!
Nunca mais te verei... Nunca mais me verás...
Lá fora o vento rodopia...
Que desejo me vem de sofrer mais!


Fontes de Pesquisa:
http://www.fundarj.gov.br
http://www.aindamelhor.com/poesia/index.pht

Trabalho de Pesquisa: Elliana Ellinger (Shir)

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