Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









domingo, 31 de julho de 2011

TEKA NASCIMENTO


O Clube de Poetas hoje vem reverenciar o talento de Teka Nascimento. Ela é natural de São Paulo, formada em Advocacia, ora aposentada. Senhora de muitos dons usa a arte da imagem e a palavra para expressar sentimentos.
Uma mulher vestida de simplicidade e sensibilidade, que gosta de fazer amigos, que ama a vida e por isso está sempre de bem com ela. Caminha pelo tempo de mãos dadas com a esperança, pois sabe que apenas ela move o mundo e que em cada aurora que desponta no horizonte é há uma esperança que se renova, trazendo consigo os movimentos da vida num novo tom. É poeta, Webmaster e designer. Tem um site lindo de poesias, cujo link é: www.tekanascimento.net. Lá estão seus poemas, poemas de amigos, várias cirandas hospedadas e uma página para formatadores apresentarem suas criações. Uma bela forma de divulgação! Diz-se aprendiz na poesia, mas creio que não, pois: “Deixo na poesia, minha criança interior escrever todos os seus sonhos”. Isso só poetas conseguem realizar! Escreve com a emoção do coração, pois analisa a poesia como uma das formas mais bonitas de apregoar o amor, que é o pilar da existência; palavra chave para encontrar a morada da felicidade. Seu lirismo nasce na alma e sempre encanta aos leitores. Ama ler poesias e através delas voa, numa viagem onde seu “eu” se interliga com o tema em pauta. Mulher realizada caminha feliz nas permutas das estações, bom humor é seu lema!

Anna Peralva


Porque tem que ser assim….
Teka Nascimento


Quando a vida nos parece tão linda
Quando o amor aquece o coração
Quando os olhos brilham
Quando o riso é solto na emoção

O dia passa rápido, fluído,
Com momentos de plena ilusão,
Esperamos a todo momento
Ouvir a voz do coração

As noites são estreladas
No céu o azul, é mais intenso,
A lua tem mais brilho
Pos ilumina nosso pensamento

Mas…ao acordar dessa viagem
Notamos que foi só um sonho
Que tudo não passou de uma miragem
Onde vivemos esse nosso sonho!

Porque tem que ser assim????
porque?

Trabalho de arte: Marilda Ternura

LUIZ CARLOS PERALVA


Éramos seis... Ele aportou primeiro no cais da vida em 10 de fevereiro, sem saber que sua missão seria tão pesada! Éramos seis... O caçula, destino sem aviso levou de forma cruel e a dor da perda doía latente e assim fomos juntando as contas de um rosário com gotas vertidas em silêncio. Seu nome? Luiz Carlos Peralva, meu mano véio querido!Mais que irmão! Um ser especial, amigo, pai, conselheiro, companheiro e fiel escudeiro... Um coração valente e guerreiro que não fugiu à luta, cumprindo todas as etapas destinadas à sua evolução espiritual. Foi uma jornada longa e árida onde faltavam flores, sonhos e esperanças. Sobravam espinhos, pedras e sentimentos acorrentados na alma que guardava o grito sufocante e marcava no corpo os açoites das horas sem estesias. O tempo sempre foi de incertezas e as despedidas eram escritas no livro da vida, páginas molhadas de tristezas. Às vezes eu lia em seu olhos o medo e tinha vontade de aninhá-lo em meu colo como uma mãe faz com o filho amado e falar de amor, sentir profundo que tudo transforma. Mas ele era durão, calado... De um jeito seu escondia suas emoções e sensibilidade numa concha secreta, só dele... Esperava a estação certa para que fosse aberta e tudo fluísse como brisa mansa que cicatriza feridas antigas. Qual ave de prata, que o sonhar adormecido acordasse das cinzas do passado turvo e numa alvorada dourada conquistasse o voo da liberdade!E assim aconteceu...
Consciente que é centelha divina do Criador fez sua viagem interior... Conhecedor que somos peregrinos em busca de aprendizado somatizou suas metades e reencontrou-se completo!Das adversidades entendeu o enigma da existência e ora usa as lições aprendidas para burilar a alma, não mais calada!Introspectivo, começou a fazer PPS com poesias de poetas amigos, incentivou-me a voltar a escrever e também abrolhava como poeta! Não gosta que leiam seus escritos... Seria por expor tudo que ficou por imutáveis estações guardadas dentro dele? Acorda poeta!Deixa seus versos volitarem no vento do tempo! Saiba que agradeço a Deus por permitir que atracássemos no mesmo porto.
Hoje ele é um novo homem, na maturidade abrolhou o moço sonhador e espiritualizado...... Casado, mais solto, alegre, sem o olhar perdido num horizonte fictício. Gosto de ouvir sua risada quando conversamos ao telefone... Sinto que o agora é um presente divino que ele fez por merecer ter!É mano, sua luz brilha!Apesar da finitude que ilude... Você conhece os portais de idas e vindas... Que essa roupagem usada é a casca que cobre o cerne e quem além, muito além do que possamos ver, o eterno habita nas terras brancas onde a paz jorra em nascentes cristalinas... Mas hoje, agora e sempre você é eterno, dentro de mim!

Com amor, Anna Peralva


Viagem em Mim
Luiz Carlos Peralva

...quando olho conscientemente a vida,
me transporto ao futuro.
É neste imaginário que os sonhos são
produzidos, as idéias concebidas, a
realidade vivenciada.

E as idéias e os sonhos são transformados
em coisas reais e palpáveis.

Mas, às vezes, me pego com o olhar distante...
introspectivo mesmo!

Viajo nele e vasculho o interior da alma, numa
verdadeira volta ao passado, onde afloram
lembranças e visões esquecidas...de muitas
vidas vividas.

Caminho pelos atalhos que tomei, para fugir
ao destino que imaginava reservado.
E lá constato as perdas irreparáveis que sofri,
e encontro com aqueles que há muito se foram.

Toda minha vida está exposta, numa torrente
contínua de visões.
Nada pode ser feito para reparar os erros,
mudando assim os acontecimentos.
Porque é necessário lembrar que eles
existiram, para que a lição possa ser aprendida.

Nesse passeio interior, me perco nos labirintos
do meu próprio ser.
Assustado, procuro uma saída, e caminho em
direção a uma pequenina luz azul, que diviso ao longe.

Ao me aproximar, descubro que a luz que brilha em
mim é a chama da minha luz interior.
Aquela, que arde em nós, e nunca poderá ser extinta,
pois ela é a centelha divina que torna a alma imortal.

Lá dentro, onde a vida é eterna, eu vi a minha LUZ!!!

Trabalho de Arte: Marilda Ternura

ALMEIDA GARRETT

ALMEIDA GARRETT
(1799 - 1854)


João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799. Passou a sua infância na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia), pertencente ao seu avô materno José Bento Leitão. Mais tarde viria a escrever a este propósito: "Nasci no Porto, mas criei-me em Gaia". No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na Ilha Terceira , quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra.

Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais. Em Coimbra, organiza uma loja maçônica, que será frequentada por alunos da Universidade como Manuel Passos. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família.

A vida de Garrett foi tão apaixonante quanto a sua obra. Revolucionário nos anos 20 e 30, distinguiu-se posteriormente sobretudo como o tipo perfeito do dândi, ou janota, tornando-se árbitro de elegâncias e príncipe dos salões mundanos. Foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separado da esposa, Luisa Midosi, com quem se casou em 1822, quando esta tinha 11 anos de idade, passa a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor até a morte desta, em 1841.

A partir de 1846, a sua musa é a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, andaluza casada, desde 1837, com o oficial do exército português Joaquim António Velez Barreiros, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas Caídas.

Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal, Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 2 vezes). Em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta do Negócios Estrangeiros em governo presidido pelo Duque de Saldanha.

Escritor e Dramaturgo romântico, foi o proponente da edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e da criação do Conservatório.

Participa entusiasticamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado, como parece provar a poesia 'As Férias', escrita em 1819. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo com ardor escrevendo um Hino Patriótico recitado no Teatro de São João.

Em Coimbra publica o poema libertino 'O Retrato de Vénus', que lhe vale ser acusado de materialista e ateu, assim como de "abuso da liberdade de imprensa", de que foi absolvido em 1822. Torna-se secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos Negócios do Reino, ingressando em Agosto na respectiva secretaria, com o lugar de chefe de repartição da instrução pública.

A Vilafrancada, o golpe militar de D. Miguel que, em 1823, acaba com a primeira experiência liberal em Portugal, leva-o para o exílio. Estabelece-se em Março de 1824 no Havre, cidade portuária francesa na foz do Sena, mas em Dezembro está desempregado, o que o leva a ir viver em Paris. Não lhe sendo permitido o regresso a Portugal, volta ao seu antigo emprego no Havre.

É anistiado após a morte de D. João VI, regressando com os últimos emigrados, após a outorga da Carta Constitucional, reocupando em Agosto o seu lugar na Secretaria de Estado. Em Outubro começa a editar 'O Português', diário político, literário e comercial, sendo preso em finais do ano seguinte. Libertado, volta ao exílio em Junho de 1828, devido ao restabelecimento do regime absoluto por D. Miguel. De 1828 a Dezembro de 1831 vive em Inglaterra, indo depois para França, onde se integra num batalhão de caçadores e, mais tarde, em 1832, para os Açores integrado na expedição comandada por D. Pedro IV. Nos Açores transfere-se para o corpo acadêmico, sendo mais tarde chamado, por Mouzinho da Silveira, para a Secretaria de Estado do Reino.

Morre devido a um cancro de origem hepática, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres.

NÃO TE AMO

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.




ESTE INFERNO DE AMAR

Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra; o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… — foi um sonho —
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar…
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Que fez ela? Eu que fiz? — Não no sei
Mas nessa hora a viver comecei…

Fontes de pesquisa:

http://www.portalsaofrancisco.com.br
www.pt.wikipedia.org
www.revista.agulha.nom.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

BÁRBARA HELIODORA

BÁRBARA HELIODORA
(1758 - 1819)


Bárbara Heliodora, cujo nome completo era Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, teria nascido em fins de 1758 (c.), na cidade de São João del Rei, sendo seus pais o Dr. José da Silveira e Sousa e D. Maria Josefa Bueno da Cunha. Para alguns estudiosos, era descendente de uma das famílias paulistas mais ilustres: a de Amador Bueno, o Aclamado.

Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora viveram juntos por algum tempo, só se casaram, por portaria do bispo de Mariana, de 22 de dezembro de 1781, quando Maria Ifigênia, filha do casal, já contava três anos de idade. Desta união nasceram quatro filhos.

A poetisa viveu entre a Vila de Campanha da Princesa e a de São Gonçalo de Sapucaí. O capitão de mar e guerra Alberto C. Rocha, no artigo publicado (sob as iniciais A.C.R.) em 11-10-1931, em A Opinião de S. Gonçalo do Sapucaí, explica as razões da decretação da demência de Bárbara: com o propósito de se livrar da ameaça de seqüestro e execução, ela "vendeu", por escritura de 27-7-1809, os bens que ainda lhe restavam ao seu filho José Eleutério de Alvarenga. Ora, tal manobra, ao que parece, prejudicava a Fazenda Real; para que fosse anulada a citada escritura, Heliodora foi declarada demente.

A produção literária de Bárbara Heliodora é bastante reduzida e controvertida. A ela são atribuídos os poemas "Conselhos a meus filhos" e um soneto dedicado a Maria Ifigênia, mas nem todos os estudiosos são unânimes nesta atribuição.

Segundo ainda Rodrigues Lapa, Bárbara não teria cultura literária, pois, caso a tivesse, não deixaria escapar de "sua meação" os livros do marido, além disso não há em suas cartas qualquer menção literária, nem mesmo pedido de livros. Para este estudioso o soneto a Maria Ifigênia é de Alvarenga Peixoto e as "Sextilhas a meus filhos", de João Evangelista de Alvarenga, como se pode ler no artigo "A história, os 'estoriadores' e o caso de Bárbara Heliodora", publicado no Suplemento Literário do Minas Gerais de 9 de agosto de 1969.


Bárbara viveu seus últimos anos na cidade sul-mineira de São Gonçalo de Sapucaí, onde mantinha propriedades com atuação na mineração eagricultura, comandadas em sociedade com seu compadre João Rodrigues de Macedo.

Na mesma cidade veio a falecer em 24 de maio de 1819, sendo sepultada na Igreja Matriz da cidade, "das grades para cima" (sic)...

A certidão de óbito ainda reza que Bárbara faleceu de tísica (tuberculose), e recebeu todos os sacramentos. Em meados da déacda de 1920, seus ossos foram trasladados para o cemitério local, e ali enterrados em vala comum, sendo que o paradeiro de seus restos mortais até hoje é considerado incerto.


SONETO


Amada filha, é já chegado o dia,
em que a luz da razão, qual tocha acesa,
vem conduzir a simples natureza:
- é hoje que o teu mundo principia.


A mão, que te gerou, teus passos guia;
despreza ofertas de uma vá beleza,
e sacrifica as honras e a riqueza
às santas leis do Filho de Maria.


Estampa na tua alma a Caridade,
que amar a Deus, amar aos semelhantes,
são eternos preceitos da Verdade.


Tudo o mais são idéias delirantes;
procura ser feliz na Eternidade,
que o mundo são brevíssimos instantes.

Fontes de Pesquisa:
http://www.antoniomiranda.com.br
http://www.pt.wikipedia.org

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

domingo, 17 de julho de 2011

VENINA M SANTOS (ARIANE EVANS)


Seu nome é Venina Maria Santos, a nossa querida poeta Arianne Evans.
Natural de Nova Fátima, pequenina cidade do Norte do Paraná, de onde saiu ainda adolescente... Morou em Londrina por 26 anos. Foi membro da "Casa do Poeta",
participou de murais de poesias, de um livro de coletâneas e de uma Bienal, com o livro de poesias intitulado “FLOCOS DE SONHOS”. Ao mudar-se para Curitiba em 1990 escreveu para jornais de bairros e teve poesias publicadas em algumas revistas.
Arianne é uma pessoa alegre, carinhosa e sensível. Consciente da terrena viagem, ela sabe que não se deve depender de nada ou de ninguém para conquistar a felicidade, pois ela habita em nós e basta deixá-la fluir leve e solta como borboleta colorida buscando o aroma das flores, na constante ciranda da vida.
Seu maior tesouro é a família e vê a amizade sincera como uma dádiva celeste. Gosta de caminhar descalça por bosques, do mar, da chuva... De conhecer pessoas de lugares diversos para assim conhecer um pouco do que há dentro das pessoas e aprender com as diversidades e os misticismos culturais. As diferenças são estágios de aprendizado e evolução. Também gosta de ler, ouvir músicas e, como toda sonhadora isola-se do mundo para escrever.
Enigmática é sua alma-poeta, qual um quartzo variantes prismas sob a luz do Sol... E em noites de lua crescente, um ser que acredita no perdão voa qual pássaro de luz, nas asas líricas da inspiração!


Anna Peralva




OUÇO TUA VOZ, NO SILÊNCIO...
Arianne Evans

Há tanto tempo te espero,
há tanto tempo te quero...
Eu sinto que tu existes!

Meu coração tão vazio
vaga qual vento vadio
sem esperanças e triste...

Somente em sonhos te vejo
sinto o gosto do teu beijo...
Quisera não acordar...

És a minha fantasia,
de ti, faço poesia...
És pérola do meu mar...

Em noites cheias de estrelas,
o universo em centelhas,
sonho, em delírios, te amar...

Magia no espaço denso:
Ouço tua voz, no silêncio,
num sussurro, a me chamar...

Mas por mais que eu te invente,
te tenha em sonhos, demente,
sempre só, irei despertar...

Trabalho de arte: Marilda Ternura

MARCIAL SALAVERRY


Marcial Salaverry nasceu em 11/12 e reside em Santos – SP-. Começou a escrever em 2001, quando se aposentou.
Sempre foi assíduo leitor de contos, romances, histórias, nessa caminhada pelo mundo das letras a poesia não estava inclusa... Registrou suas aventuras nos três anos vividos na África e, por brincadeira brotava seu “Bom Dia”, um acervo de crônicas sobre assuntos distintos. Incentivado pelo filho começou a escrever sobre esportes. Poesia? Não! Ela ainda não fazia parte de sua caminhada! Mas como tudo na vida tem hora certa, uma amiga lançou um desafio... E como ele é um aguerrido que não foge à luta encarou de frente a empreitada. Nascia assim o poeta e sua primeira poesia, Amor... Verdadeiro Amor. Gostou tanto que não parou mais! Os versos e o poeta são um só! Composição perfeita de sentimentos, fé no Grande Amigão e a consciência exata da realidade que mesclada de inspiração afloram a essência casta da palavra escrita e sua legítima acepção.


Anna Peralva



APENAS TE AMO
Marcial Salaverry


Amo-te com ternura...
Amo-te com loucura...
Amo-te com doçura...
Amo-te com a alma,
porque teu amor me acalma...
Amo-te com paixão,
e com muita emoção,
porque me dá vida ao coração...
Amo-te com tesão,
porque me acende a paixão,
e me desperta atração
Amo-te com carinhos,
porque conheço teus caminhos...
Amo-te com desejo,
porque quero teu beijo...
Amo-te com amor...
Amo-te com calor...
Amo-te por te amar,
porque também sabes me amar...
Amo-te porque és meu destino...
Amo-te porque és minha vida...
Amo-te, enfim...
porque é doce amar-te assim...
Amo-te ternamente...
Amo-te apaixonadamente...
porque vivo por teu amor,simplesmente...
Amo-te totalmente...


Trabalho de Arte: Marilda Ternura

SONIA MARIA GRILLO (Baby®)


Ela aportou no cais da vida e foi registrada como Sônia Maria Grillo e usa o nick Baby® por ser apelido de criança dado pelo pai. Reside em Vitória-ES e é formada em Administração de Empresas.
Começou a escrever, incentivada por amigos... Faz parte de vários grupos de poesias e é Membro Acadêmico da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras. Nesta viagem terrena leva na bagagem a experiência de ter vivido de forma plena, sem receio de ousar ser feliz! Como poeta, não segue regras... Usa a sensibilidade contida em sua essência e deixa vazar na folha de papel todos os movimentos da existência e seu sentir diante das variações constantes do tempo em sua passagem... Nos seus poemas encontramos o lirismo de quem com emoção desnuda a alma e consente consciente, que as palavras deslizem leves, livres, soltas...


Anna Peralva


Lembranças
Sônia Maria Grillo
(Baby®)


Abri com cuidado
minha caixa de lembranças
e com um carinho extremado
e um punhado de esperanças
fui retirando uma a uma
as relíquias do passado.
Sons de infância, acalantos,
escritos amassados,
poemas inacabados,
e para meu espanto,
uma aliança com um nome gravado.
Estranha sensação.
Desunião... Solidão...
Laços rompidos,
vidas separadas
ciclos interrompidos
lágrimas derramadas...
Sentindo que ia explodir em emoções
arquivei novamente as recordações
de súbito, de qualquer maneira,
sem atinar ao certo
que entre as mãos segurava,
sonhos de uma vida inteira...

01.11.2003
Vitória-ES


Trabalho de arte: Marilda Ternura

TEIXEIRA DE PASCOAES

Teixeira de Pascoaes
(1887 - 1952)


Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.

Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boemia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a refletir.

Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências."

Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.

Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente. No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoaes, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.

Pascoaes morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.

De Noite

Quando me deito ao pé da minha dôr,
Minha Noiva-phantasma; e em derredor
Do meu leito, a penumbra se condensa,
E já não vejo mais que a noite imensa,
Ante os meus olhos intimos, acêsos,
Extaticos, surprêsos,
Aparece-me o Reino Espiritual...
E ali, despido o habito carnal,
Tu brincas e passeias; não comigo,
Mas com a minha dôr... o amôr antigo.

A minha dôr está comtigo ali,
Como, outrora, eu estava ao pé de ti...
Se fôsse a minha dôr, com que alegria,
De novo, a tua face beijaria!

Mas eu não sou a dôr, a dôr etérea...
Sou a Carne que soffre; esta miseria
Que no silencio clama!

A Sombra, o Corpo doloroso, o Drama...

Fontes de Pesquisa:
www.educacao.uol.com.br
http://citador.pt

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

RONALD DE CARVALHO

RONALD DE CARVALHO
(1893 - 1935)


Filho do capitão-tenente e engenheiro naval Artur Augusto de Carvalho e de Alice Paula e Silva Figueiredo de Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro, onde realizou seus estudos.

Fez o curso secundário no Colégio Abílio, entrou na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, fazendo bacharelado em 1912. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa.

Em sua ida para a Europa, cursou Folosofia e Sociologia em Paris. Ao voltar para o Brasil, entrou para o Itamaraty. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, movimento determinante do Modernismo brasileiro.

Em 1924, dirigiu a Seção dos Negócios Políticos e Diplomáticos na Europa. Durante a gestão de Félix Pacheco, esteve no México, como hóspede de honra daquele governo. Em 1926, foi oficial de gabinete do ministro Otávio Mangabeira. Exerceu cargos diplomáticos de relevância, servindo na Embaixada de Paris, com o embaixador Sousa Dantas, por dois anos, e depois em Haya (Países Baixos). Retornou a Paris, de onde, em 1933, foi removido para o Rio de Janeiro.

Foi secretário da Presidência da República, cargo que ocupava quando morreu. Em concurso realizado pelo Diário de Notícias, em 1935, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, em substituição a Coelho Neto. Colaborou, com destaque, em O Jornal. Casou com Leilah Accioly de Carvalho, com quem teve quatro filhos.

Faleceu no Rio de Janeiro vítima de acidente automobilístico.


VENTO NOTURNO

Volúpia do vento noturno,
do vento que vem das montanhas e das ondas,
do vento que espalha no espaço o cheiro das resinas,
a exalação da maresia e do mato virgem,
das mangas maduras, das magnólias e das laranjas,
dos lírios do brejo e das praias úmidas.

Volúpia do vento noturno nas noites tropicais,
quando o brilho das estrelas é fixo, duro,
quando sobe da terra um hálito quente, abafado,

e a folhagem lustrosa lembra o aço polido.

Volúpia do vento morno do verão,
carregado de odores excitantes,
como um corpo de mulher adolescente,
de mulher que espera o momento do amor...

Volúpia do vento noturno em minha terra natal!

Eliana (Shir)

Fonte de Pesquisa:
http://portalsaofrancisco.com.br
www.pensador.uol.com.br

Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)

RAIMUNDO CORREIA

RAIMUNDO CORREIA
(1859 - 1911)

Nasceu a bordo do navio São Luís, ancorado em águas maranhenses. Filho de família de classe elevada, foram seus pais o desembargador José da Mota de Azevedo Correia e Maria Clara Vieira da Mota de Azevedo Correia, ambos naturais do Maranhão. Seu pai descendia dos Duques de Caminha e era filho de pais portugueses. Realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em 1882 formou-se advogado pela Faculdade do Largo de São Francisco, desenvolvendo uma bem-sucedida carreira como Juiz de Direito no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Teve um sobrinho que levou seu nome, filho de seu tio José da Mota de Azevedo Correia, Raimundo Correia Sobrinho, formado em direito e poeta como o tio, escreveu um livro de poesias "Oração aos Aflitos" publicado, em 1945, pela Livraria José Olympio Editora.

Raimundo Correia iniciou a sua carreira poética com o livro "Primeiros Sonhos", revelando forte influência dos poetas românticos Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves. Em 1883 com o livro "Sinfonias", assume o parnasianismo e passa a integrar, ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac, a chamada "Tríade Parnasiana".

Os temas adotados por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos. Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada por um forte pessimismo, chegando até a ser sombria. Ao analisar a obra de Raimundo Correia percebe-se que há nela uma evolução. Iniciou sua carreira como romântico, depois adotou o parnasianismo e, em alguns poemas, aproximou-se da escola simbolista.

Faleceu dia 13 de setembro de 1911, em Paris, onde fora tratar da saúde.

BEIJOS DO CÉU

Sonhei-te assim, ó minha amante, um dia:
— Vi-te no céu; e, anamoradamente,
De beijos, a falange resplendente
Dos serafins, teu corpo inteiro ungia...

Santos e anjos beijavam-te... Eu bem via
Beijavam todos o teu lábio ardente;
E, beijando-te, o próprio Onipotente,
O próprio Deus nos braços te cingia!

Nisto, o ciúme — fera que eu não domo —
Despertou-me do sonho, repentino
Vi-te a dormir tão plácida a meu lado...

E beijei-te também, beijei-te... e, ai! como
Achei doce o teu lábio purpurino.
Tantas vezes assim no céu beijado!

Fonte de Pesquisa:
www.pt.wikipedia.org
http://www.pensador.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

sábado, 2 de julho de 2011

ADELIA MATEUS


Adélia Mateus nasceu no Rio de Janeiro naTijuca.
Atualmente reside em Nilópolis, município do Rio de Janeiro onde exerce a função de Diretora em uma Escola, tarefa árdua, porém gratificante para uma educadora. Com o estímulo de amigos da Net começou a escrever em 2006. Amigos não lhe faltam!!!
É um ser meigo, quase um anjo, sempre presente nas horas precisas ou imprecisas do tempo. Sonhadora, poeta sobre o amor num lirismo só seu, sem se prender a nada...
Permite o volitar livre dos sentimentos e a inspiração flui naturalmente, dessa forma nos sentimos tocados com a simplicidade casta de seus versos. Sim, simplicidade!!! É nela que encontramos a verdadeira essência da palavra, toda a emoção contida na singeleza de uma grande alma, que vestida de mulher-poeta segue sua jornada, criando sonhos.


Anna Peralva



Procuro por você
Adelia Mateus


Incessante busca por você
procuro por todos os cantos
este coração solitário
que queira amar de verdade
sem medo de ser feliz.
Preciso mostrar o amor
que trago em meu coração.
Quero dividir momentos
de prazer e paixão...
Noites e noites vazias
o tempo passando e
não encontro você.
Quero voltar a amar...
Um amor que só os amantes
sabem sentir a felicidade...
Onde está você?!


Trabalho de Arte: Marilda Ternura

ARY MENDES FRANCO





ARY MENDES FRANCO aportou o veleiro–vida na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de novembro. Hoje em

dia reside no município fluminense de Miguel Pereira. Teve um único emprego na vida, na empresa "The Yorkshire Ins. Co. Ltd.", do ramo de seguros, onde iniciou como "office-boy" em 1949 com 16 anos de idade. Transpondo com garra os degraus da ampliação de seus ideais chegou ao cargo de Superintendente do Grupo.

Frequentou cursos noturnos e sempre centrado nos estudos tornou-se Bacharel em Letras. Diz ser um compulsivo "devorador" de livros e, que os anos que o tempo lhe concedeu, foram bem vividos. O gosto pela leitura acordou no leitor pertinaz o poeta adormecido. Ary Franco gosta de escrever e ler poesias e como tal considera-se um autodidata. Em suas poesias um fluir lírico que encanta e cativa. Seja qual for o tema há

um homem de fé que acredita nos sentimentos e usa sua emoção para compor versos de extrema delicadeza e, um poeta sensível que conhece a essência da palavra e a descreve de forma suave sem fugir da realidade na qual vivemos e da complexidade do ser humano.


“Concedei igualdade ao diferente,
Sede complacente com os ateus;
Ouvi esta minha prece plangente,
Emanada do meu coração a Vós, meu Deus!”


Anna Peralva



EU, SEM VOCÊ


Filhotinho sem ninho.
Longe do teu carinho.
Sofrendo neste abandono,
Como um cão sem dono.

Uma murcha flor inodora,
Um enfermo sem leito.
De nada adianta agora,
Este nosso amor desfeito.

Meu mundo está incolor,
Vazio, sem nenhum valor.
Chamo-te, nesta escuridão.
Cala-te em teimosa rejeição!

Poeta carente de inspiração.
Réu condenado injustamente.
Sem guarida em teu coração,
Não posso seguir em frente!

Ary Franco

Trabalho de arte: Marilda Ternura

WILSON OLIVEIRA CARVALHO


Residente em São Paulo, capital, homem de fibra que com fé foi acompanhando o tempo em seus constantes movimentos.... Assim é o poeta Wilson de Oliveira Carvalho. Possuidor de um lirismo magistral proclama seu
amor pela poesia, vez ou outra escreve crônicas... Sua crença é luz que indica o caminho a ser percorrido e nela,
a orientação para os dias que se rompem nas auroras ensolaradas ou nas manhãs gris de outono... Sintam um
trecho da poesia-oração FÉ.


“Mesmo que eu seja
esquecido por meus amigos
a Tua companhia
será meu abrigo.”


Em cada verso escrito há um pouco da sua essência e poetando, ele segue em frente amando a vida e toda
magia que nela existe... No trajeto por ele escolhido, o aroma das flores que colheu nas travessias e outras
tantas, que florescem no recanto sagrado da alma...

Anna Peralva





QUERO ME ENCONTRAR
Wilson de Oliveira Carvalho


Resolvi pedir ao tempo
um pouco de seu tempo pra meditar,
abrir os olhos, deixar de sonhar
sentir o caminho em que estou,
afinal,
é grande a saudade de mim mesmo,
e, quero me encontrar.

Quando me descobrir,
vou querer saber o por que
de tantas lágrimas,
a causa desta saudade
fustigando o coração,
e, por que sou sempre
presenteado com a insensibilidade
da solidão.

Quero descobrir, também,
a razão de minhas veredas
serem cobertas de
partículas de esquecimento,
quando a ânsia é viver na
sublimidade das estrelas

Preciso me achar e, quando encontrar,
vou indagar sobre a ausência
de quem amo, e o motivo do silêncio
quando em brados, o seu nome clamo...

Quero saber o por que de
meus versos serem descritos
e, repletos de pranto, se,
em todos, existem verdadeiros sonhos
aconchegados ao peito.

Enfim, quando estivermos abraçados,
eu comigo mesmo
na grandeza do entendimento,
vamos caminhar
pelo deserto da vida,
onde sempre estivemos envolvidos,
pra ver se somos lembrados,
por alguém que conheça
a verdadeira beleza do amor..

Trabalho de arte: Marilda Ternura

HILDA HILST


Hilda Hilst, a única filha do fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst - filho de Eduardo Hilst, imigrante originário da Alsácia-Lorena e de Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado - e sua mãe, Bedecilda Vaz Cardoso - filha de imigrantes portugueses - nasceu em Jaú, Estado de São Paulo, em 21/O4/1930. Em 1932, seus pais se separaram. Em plena Revolução Consticionalista, Bedecilda mudou-se para Santos, com Hilda e Ruy Vaz Cardoso, filho do seu primeiro casamento. Em 1935, Apolônio foi diagnosticado como paranóico esquisofrênico

Em 1937, Hilda ingressou como aluna interna do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo, onde cursou o primário e o ginasial, com desempenho considerado brilhante.
Em 1945, iniciou o curso secundário no Instituto Plesbiteriano Mackenzie, onde permaneceu até a conclusão do curso. Em 1948 , entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco). Seu primeiro livro, Presságio, foi publicado em 1950. A partir de 1951, ano em que publicou seu segundo livro de poesia, Balada de Alzira, foi nomeada curadora do pai, que estava muito doente. Concluiu o curso de Direito em 1952.
Hilda Hilst escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962, recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo.
Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas, onde hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Ali dedicou todo seu tempo à criação literária.
Na Casa do Sol, construída na fazenda, passou a viver com o escultor Dante Casarini. Em setembro do mesmo ano, morreu seu pai. Dois anos depois, Hilda casou-se com Dante.
Em 1969, a peça O Verdugo arrebatou o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes, composta por seu primo, o compositor Almeida Prado, sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro prêmio do I Festival de Música da Guanabara.

A Associação Paulista de Críticos de Arte (Prêmio APCA) considerou Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano. Em 1981, Hilda Hilst recebeu o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concedeu o Prêmio Jabuti, idealizado por Edgard Cavalheiro (1959) a Cantares de Perda e Predileção e, no ano seguinte, a mesma obra recebeu o Prêmio Cassiano Ricardo . Rútilo Nada, publicado em 1993, pela editora Pontes, levou o Prêmio Jabuti como melhor conto. E, finalmente, em 9 de agosto de 2002, foi premiada na 47ª edição do Prêmio Moinho Santista na categoria Poesia.

A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Assuntos tidos como socialmente controversos, por exemplo, o lesbianismo, a homossexualidade e a pedofilia, foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira, seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.

Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro.

Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D, foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge.

Após seu falecimento, em 04/02/2004, o amigo Mora Fuentes liderou a criação do Instituto Hilda Hilst (http://www.hildahilst.com.br). O IHH tem como primeira missão a manutenção da Casa do Sol, seu acervo e o espírito de ser um porto seguro para a criação intelectual.


Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.


I

Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.


CANTARES DO SEM-NOME E DE PARTIDAS.

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.



II

E só me veja

No não merecimento das conquistas.
De pé. Nas plataformas, nas escadas
Ou através de umas janelas baças:
Uma mulher no trem: perfil desabitado de carícias.
E só me veja no não merecimento e interdita:
Papéis, valises, tomos, sobretudos

Eu-alguém travestida de luto. (E um olhar
de púrpura e desgosto, vendo através de mim
navios e dorsos).

Dorsos de luz de águas mais profundas. Peixes.
Mas sobre mim, intensas, ilhargas juvenis
Machucadas de gozo.

E que jamais perceba o rocio da chama:
Este molhado fulgor sobre o meu rosto.

Fontes de Pesquisa:
http://www.pt.wikipedia.org
http://www.angelfire.com
http://revista.agulha.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)