Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sexta-feira, 30 de setembro de 2011

WALTER PEREIRA PIMENTEL


Amigos, esta homenagem já estava pronta para ser postada hoje, mas o poeta Walter Pereira Pimentel não a verá desse plano terreno, pois que ora habita no espiritual, longe das amarras do tempo e das vestes que cobriam sua alma imortal. Deixou saudades e seus versos, que reverenciamos in memorian. Por ter ido morar num outro céu, o texto foi modificado... Não vou falar do homem que marcou seus passos nesse chão e escreveu sua história no Livro da Vida, mas do poeta capixaba que tão bem entendia de RECOMEÇAR e SEGUIR. Nessa viagem, por onde andou semeou palavras de esperança e fé... Fez a diferença no caminho percorrido, evoluía um ser transparente e humilde que sentia prazer em fazer amizades e ajudar ao próximo através de serviços voluntários.
"Onde está o amor está a liberdade, está a vida".
E viveu com amor, pois o amor estava nele, como forma de sentimento ardente e sublime. Deixou como legado suas poesias e a lembrança do olhar sereno que sabia de novos tempos, novos dias. Onde possa novamente sorrir e sonhar. Nunca é tarde para recomeçar! Seu lirismo poético era descrito de forma simples e encantava o leitor, emoção fluía em cada escrito. Assim, delineou a mulher como um anjo, pois amou uma, de outra recebeu o abrigo do ventre, para florir na estação certa.

Ao ver numa foto
Olhos tão azuis, lábios cor de mel
Linda, exclamei!
Deslumbrado então, do mundo decolei
Rumo ao infinito, ao céu
De onde poderias ter vindo
Anjo não habita num pedaço de papel!

Mas nem só de amor vive o poeta, bem sabemos disso... Viver é um ato de coragem e sabedoria e há momentos onde a dor grita alto, quando a saudade o peito invade...


Saudade! Onde começa e termina?
Depois do amor, na cama?
Na despedida, quando alguém diz que nos amas
Ou afogada num copo de bar, na esquina?
Ou...
Ah, esse amor que me consome
E me faz devanear
Restringir a ti o meu universo
Sufocar quando a vontade é gritar
Revelar a todos o teu nome
Ainda que seja num verso!

Mas, o poeta mora num mundo diferente, vê tudo de forma diferente, pois olha a vida como fonte de alquimia e enxerga mais além, apesar da dor ou da saudade, nunca abandona o amor, por ser ele seu porto de felicidade e nele encontrar a si mesmo, e encontrando-se, viver e se perder em um tempo eternizado, comungar a paz!


Que o amor que busco
Não seja como gota de orvalho
De beleza rara
Mas tão fugaz
Forma-se à noite
E ao amanhecer se desfaz!
Se o amor traz felicidade
Quero amar sim e assim viver
No colo, nos lábios de alguém
Me encontrar e me perder
Não por horas
Minutos ou segundos
Tempos do mundo
Mas pela eternidade!

Como nosso saudoso poeta deixou escrito o ciclo da existência: "Já fui sonho, projeto, feto... Hoje sou como o raiar de um novo dia, o brotar de uma semente". Sim amigo, hoje uma nova semente brota em outra dimensão e as auroras cantam a sinfonia perfeita, sons divinos que humanos não percebem, por ser o tempo terreno ruidoso. Hoje, você poeta com as estrelas, pois poetas não morrem! São criaturas especiais cujas asas são palavras de estesias, hoje você é poesia, a mais bela de todas e ganhou asas para voar ao encontro da LUZ MAIOR. VOA POETA, VOA E VOLTA PARA A CASA DO PAI, VÁ REABASTECER SUA CHAMA MILENAR E ATÉ UM DIA...


Anna Peralva



Sempre
Walter Pereira Pimentel


A lua, o mar
O sal e o sol no teu corpo
Diante do meu olhar absorto
Um incentivo a tocar e acariciar


Cada palmo do teu ser
Colocando à mostra todas as tuas raízes
Descobrindo no teu olhar aqueles matizes
Que só um coração apaixonado vê


E permite que nele adentrem
E ali construam seus abrigos:
A fantasia, o sonho, o querer...


O desejo de amar, a vontade de viver...
A obsessão por estar contigo
“Num lugar chamado sempre!”

05.02.11

Trabalho de arte: Marilda Ternura

VERA JARUDE


Vera Lucia Jarude Abbas nasceu no Líbano e veio para o Brasil bem pequenina, com apenas três anos de idade, portanto, seu coração é verde e amarelo e o Brasil um canteiro rico em beleza e diversidade, que aprendeu a amar. Nesse chão em cultivo estão suas lembranças e no livro da vida segue escrevendo sua história e nele, registrando as marcas dos seus primeiros passos aqui, nessa terra alvissareira, onde juntos também caminhamos e aprendemos...

Assim é Vera Jarude, um ser poeta que enxerga a vida com os olhos d’alma, e em sensibilidade transforma uma folha virgem de papel num manancial de sentimentos e emoções, que deslizam na leveza da palavra... Por tudo já vivido e sentido, segue a viagem soltando no tempo certo versos de amor e desabafos... E a travessia terrena fica mais bonita, quando a essência transparente prossegue, sempre em frente, com fé e esperança, tecendo nas horas o lirismo da sua poesia!


“Sem te ver, vou vivendo...
e assim tem sido meus dias.
Mesmo você não me vendo, mesmo você distante,
tenha certeza que estou ao teu lado e te olhando
em meus sonhos...
Mesmo você não me tocando,
nos meus sonhos eu estou te sentindo”.


Vera é uma sonhadora, coração meigo e fraternal cuja ternura esparge e nos abraça, diminuindo a distância, aliás, não existe distância! A amizade ultrapassa todas as pontes, derrubando fronteiras! E num piscar de olhos, nossas mãos se tocam... Assim, o distante fica bem perto e a união muito maior!


Além de poeta e ser humano com grandeza de espírito, Vera é uma Dama das Imagens! Mãos talentosas de artesã bordam formatações de rara beleza. Aquarelas delicadas que emolduram seus versos e, com altruísmo e carinho também poesias de poetas amigos.
Tem um Site maravilhoso, com jóias raras! Quando se entra lá é como se estivéssemos num paraíso, observando o êxtase de paisagens contagiantes em comunhão perfeita com a expressão poética da palavra. Dá vontade de sentar num cantinho e sorver toda essa alquimia...
Confiram em:


http://www.verajarude.com/

Verinha reside em Cuiabá-MT, a bela terra do Pantanal onde a Natureza em si, é pura inspiração!

Anna Peralva


Transportar-me daqui!
Vera Jarude


Como queria agorinha,
em teus braços cair e
deles nunca mais sair...

Como queria agorinha,
estes abraços e dentro deles eu ficaria.

Assim permaneceria sempre
olhando seu olhar
e dentro deles ficaria refletida
esta imagem para nunca mais deixar
que saísse de minha mente,
pois gravada ficaria
em meu coração.

Como queria agorinha,
sair pelo mundo
em busca de ti...

Como queria, agorinha te
encontrar
e nunca mais
ter que dizer
que eu quero você,
e sim ...
finalmente:
Sou tua eternamente!

Trabalho de arte: Marilda Ternura

GILKA MACHADO

GILKA MACHADO
(1893 - 1980)

Gilka Machado, nascida no Rio de Janeiro, dia 12 de março de 1893, tinha sangue de artista nas veias: a mãe, Thereza Christina Moniz da Costa, era atriz de teatro e de rádio-teatro. Casou-se com o poeta Rodolfo de Melo Machado em 1910 e teve dois filhos: Helio e Eros. Seu marido, Rodolfo, faleceu em 1923.
Seu primeiro livro de poesia, “Cristais Partidos”, foi publicado em 1915. Em 1916 foi publicada sua conferência “A Revelação dos Perfumes", no Rio de Janeiro. Em 1917 publicou “Estados de Alma” e, em seguida, no ano de 1918, “Poesias, 1915/1917”, “Mulher Nua”, em 1922, “O Grande Amor”, “Meu Glorioso Pecado”, em 1928, e “Carne e Alma”, em 1931. Em 1932, foi publicada em Cochabamba, Bolívia, a antologia “Sonetos y Poemas de Gilka Machado”, com prefácio Antonio Capdeville. No ano seguinte, a escritora foi eleita "a maior poetisa do Brasil", por concurso da revista "O Malho", do Rio de Janeiro. “Sublimação” foi publicada em 1938, “Meu Rosto” em 1947, “Velha Poesia” em 1968 e suas “Poesias Completas” editadas em 1978. Em 1979, foi agraciada com o prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras. Nesse mesmo ano a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro prestou homenagem à mulher brasileira na pessoa da poeta. Escreveu versos, sendo simbolista, considerados escandalosos no começo do século XX, por seu marcante erotismo.
Gilka faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 11 de dezembro de 1980.


REFLEXÕES (IV)

Eu sinto que nasci para o pecado,
se é pecado, na Terra, amar o Amor;
anseios me atravessam, lado a lado,
numa ternura que não posso expor.

Filha de um louco amor desventurado,
trago nas veias lírico fervor,
e, se meus dias a abstinência hei dado,
amei como ninguém pode supor.

Fiz do silêncio meu constante brado,
e ao que quero costumo sempre opor
o que devo, no rumo que hei traçado.

Será maior meu gozo ou minha dor,
ante a alegria de não ter pecado
e a mágoa da renúncia deste amor?!...

Eliana (Shir)


Fontes de Pesquisa:
www.itaucultural.org.br
www.brasilana.usp.br

FREDERICO GARCIA LORCA

FREDERICO GARCIA LORCA
(1898 - 1936)


"Deixaria neste livro/ toda a minha alma./ Este livro que viu/ as paisagens comigo/ e viveu horas santas./ Que pena dos livros/ que nos enchem as mãos/ de rosas e de estrelas/ e lentamente passam! (...)" Este belo poema de Garcia Lorca chama-se "Prólogo" e foi traduzido por William Agel de Melo.

O poeta Federico Garcia Lorca, filho de Federico Garcia Rodrigues e sua segunda esposa, Vicenta Lorca, nasceu na cidade de Fuente Vaqueros - região de Granada, na Espanha - e levou para sua poesia muito da paisagem e dos costumes de sua terra natal.

Estudou direito e letras na Universidade de Granada. Seu primeiro livro foi publicado em 1918, com o título "Impressões e Paisagens". No ano seguinte, Garcia Lorca mudou-se para Madri, onde viveu até 1928. Em Madri tornou-se amigo de vários artistas, como Luis Buguel, Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920 estreou no teatro, com a peça "O Malefício da Mariposa", e em 1921 publicou "Livro de Poemas".

García Lorca viveu dois anos em Nova York. De volta à Espanha, em 1931, criou a companhia teatral "La Barraca", que passou a se apresentar por todo país encenando autores clássicos espanhóis, como Lope de Vega e Cervantes. Tornou-se também um grande dramaturgo, e criou peças que ficaram conhecidas no mundo inteiro. Entre suas obras mais encenadas estão "Bodas de Sangue", "Yerma" e "A Casa de Bernarda Alba".

Como poeta, Lorca publicou mais de uma dezena de livros, entre eles "Romance Cigano", "Poeta em Nova York", "Seis Poemas Galegos" e "Cantares Populares". A poesia de Garcia Lorca é simples e direta, e seu estilo doce e comovente tem encantado gerações de leitores. Sua poesia tocante também registrou o modo de viver das pessoas mais simples e buscou resistir contra todo tipo de opressão.

Em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, Federico García Lorca foi preso.

Ele foi executado após o levante militar da Guerra Civil Espanhola, por sua afinidade com a Frente Popular e por ser abertamente homossexual. Fuzilado por militantes franquistas, tornou-se símbolo da vítima dos regimes totalitários.

Não se pode negar a Garcia Lorca o papel de um dos mais representativos poetas espanhóis das três primeiras décadas de nosso século, com expressiva repercussão até os dias atuais. Inegavelmente foi aquele que, conseguiu alcançar os patamares da fama e despertar maior entusiasmo dentre todos entre os de sua geração.

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!



Eliana (Shir)

Fontes de pesquisa:
http://educacao.uol.com.br
http://www.astormentas.com

domingo, 18 de setembro de 2011

NAIDA TERRA


Márcia Tosco Torres nasceu e até a presente data reside na cidade de Osasco, Estado de São Paulo. É conhecida como Naidaterra, no mundo lírico da poesia. Desde menina, no colégio, escrevia peças, redações, contos e histórias. A palavra pulsava como afluentes de um rio em suas veias. Os livros sempre foram seus companheiros inseparáveis... Dentre seus preferidos estão Mário Quintana e Victor Hugo. Seu primeiro trabalho literário foi uma peça teatral intitulada "UM DIA RUIM" e outras, que foram apresentadas em colégios e teatros da cidade. Um livro, DEGRAU ZERO, obra terminada, mas não publicada e alguns e-books. Ao poetar, tende sempre para o romantismo, pois é sensível, emotiva e sonhadora... Assim ela se define: “Sou uma verdadeira fonte jorrando lágrimas...”. Para a nossa querida poeta, “o amor é a chave que abre os portais de um mundo sem sofrimento e só através dele se vivencia a paz”. Naida é uma pessoa incrível, gente que sente e faz a diferença nessa jornada terrena. Transparente, amiga e justa. Olhar expressivo revela a grandeza da alma onde habita seu maior ídolo, Jesus!
Ama os animais, adora estudar as religiões de outros lugares, suas culturas e filosofias... Respeita a natureza por senti-la como um dom divino, obra de arte do Criador para a criatura... Seu “eu” poeta busca dados do passado e através dos tempos idos em distantes regiões do mundo... Deste modo vai traçando o registro da história e como escritora ou escultora das palavras, sobrevoa além da linha que demarca os ciclos das estações... Senhora de uma fé inabalável, confia na intuição. Sua inspiração aflora em qualquer hora ou lugar e a semente do verso está plantada, em seguida alça voo! Sempre escreve o que sente, sem receio de expor sentimentos e emoções. No fascínio da poesia uma viagem interior, estesia da paisagem refletindo a beleza poética do sonhar da nossa querida Naidaterra, ser humano encantador!

Anna Peralva



HOJE!
Naidaterra


Hoje, estarei com você...
Estou completamente extasiada, ansiosa para
afagar este meu desejo que chamo de vida...
Meu corpo é tudo que cheira amor, é a brasa
do lume, é brilho, é pétala virgem desabrochando
para sentir o primeiro raio de sol...
Hoje, estarei em teus braços...
Teus lábios, docemente quero tocar e em teus
olhos mergulhar indo ao encontro de tua alma e
declarar todo o meu amor, minha paixão insana,
meu anseio faminto e minha sêde
implacável de sentir você.
Hoje, meu coração estala e grita...
Amo-te, amo-te tanto e tanto que não há amor maior
que o meu em qualquer lugar do mundo...
Quero fazer-te sentir toda a intensidade deste
meu amor que tem a leveza dos
aromas de todos os amores já vividos e todos
os encantos do meu Ser te darei para que
seja um eterno movimento em sua vida...
Hoje, darei a você meu amor ingênuo, límpido,
despido de qualquer dor, um sentimento
sem nenhuma súplica...
Hoje, serei tua...
Depois, fascinação..


Trabalho de Arte: Marilda Ternura

JOÃO COELHO DOS SANTOS


É com admiração e respeito que O Clube de Poetas reverencia a poesia de João Coelho dos Santos, poeta português nascido em Lourosa, Santa Maria da Feira.

Com a perda da mãe, ainda menino, fixou residência em Lisboa tendo estudado no Colégio “O Académico”, no Liceu Camões e na Faculdade de Direito de Lisboa.

Faz parte de diversas Associações Poéticas e Culturais e membro de “Os Confrades da Poesia”.

Nas terras do além mar, berço dos grandes mestres da poesia traz nas veias o lirismo casto que contagia e expressa a beleza da palavra escrita, em sua essência.


"Nunca a saudade
foi verdadeiramente saudade
enquanto de ti não senti
saudade... por estar sem ti".

(in: Por Ti Amor)

É autor de diversos livros de poesia, de teatro, de biografias históricas e de um didático, tendo mais de dezenove livros publicados.
Como poeta de grande expoente é membro da:

S.P.A. - Sociedade Portuguesa de Autores,
A.P.P. - Associação Portuguesa de Poetas e
U.L.L.A. - União Lusófona das Letras e Artes.

Leciona na U.L.T.I. - Universidade de Lisboa para a Terceira Idade.
Sobre o tempo, que avança a largos passos deixando suas marcas no corpo finito e que, durante os enigmas das estações em andanças garimpa as estradas da vida em busca de evolução, respostas, aprendizado e felicidade, ele assim o descreve:

“Sei que tempo já passou;
Não sei quanto passará.
Se soubesse quanto de vida terei
Saberia, com verdade
A minha idade.
Assim, não sei”.

Para conhecer um pouco mais das belas poesias do poeta visite seu Blog:

http://joaocoelhodossantos.blogs.sapo.pt/

Anna Peralva


ACREDITAS?
João Coelho dos Santos


Acreditas
Que existe Alma
Que nunca ninguém viu?

Acreditas
Que umas são boas,
Outras más?

Acreditas
Que o sopro da vida
E aquilo que a anima
É obra de Deus?

Mas porquê tanta miséria,
Tanto mal, tanta dor,
Tanta angústia,
Tanta guerra,
E tanta falta de amor?

Acreditas
Na bondade,
Na misericórdia
E no perdão?

Olho o Céu, o Sol,
As Estrelas, a Lua
E do fundo do meu ser
Com força sobrehumana grito:
Acredito!

Ninguém viu o vento,
E ele existe!

Ninguém tocou um pensamento,
E ele existe!

Ninguém abraçou a sombra
E ela existe!

Acredito
Nas coisas belas do mundo,
Na flor, no arco-íris,
Na água fresca do rio,
No milagre da Primavera.

Acredito
No reequilíbrio da Natureza,
Nos insondáveis mistérios
No universo;
Na palavra,
Que é hino de amor,
Que é verso;
Na ternura de um olhar,
Na alegria de viver,
No encanto de te ter.

Acreditar é ter Fé,
Sentir o sexto sentido,
Esperar com esperança,
Sofrer o sofrimento,
Alegrar-se na alegria.

À noite sucede o dia!

O lenho que se fez Cruz
Ao Mundo deu luz.
Antes do último ai
Disseste meu Jesus:
Perdoai-lhes, Pai.

E o Pai perdoou,
E o Homem não mudou.
Prefere ignorar-Te,
Maldizer-Te, maltratar-Te,
Como se seu igual fosses.

Em nome da humanidade,
Perdão Te peço, Senhor.

Em ti, Senhor, acredito!

1992.12.20
in: Por Ti Amor

Trabalho de arte: Marilda Ternura

BEATRIZ FRANCISCA DE ASSIS BRANDÃO

Beatriz Francisca de Assis Brandão
(1779 - 1868)

Beatriz Francisca de Assis Brandão nasceu na cidade de Vila Rica, então capital da província de Minas Gerais, atual Ouro Preto, a 29 de julho de 1779. Filha do sargento-mor Francisco Sanches Brandão e de Isabel Feliciana Narcisa de Seixas.

Dedicou-se à poesia, à prosa e à tradução, assinando-se apenas com o prenome à guisa de pseudônimo, D. Beatriz, no período em que colaborava para a Marmota Fluminense.

Depois de publicar seus versos no Parnaso brasileiro, os reúne em volume sob o título de Cantos da Mocidade, em 1856. A segunda obra publicada foi Carta de Leandro a Hero, e Carta de Hero a Leandro, também no Parnaso Brasileiro. Em 28 abril de 1868, já bastante conhecida, mereceu um artigo, no Correio Mercantil, intitulado "Prima de Marília", onde se lê que "D. Beatriz era um ânimo varonil e uma inspirada poetisa."

D. Beatriz dedicou-se também ao ensino. Dirigiu em Vila Rica um educandário para meninas e participou da nossa imprensa, tendo publicado no Guanabara e na Marmota Fluminense, de 1852 a 1857.

Faleceu no Rio de Janeiro a 5 de fevereiro de 1868.
É a patrona da cadeira n° 38 da Academia Mineira de Letras e pertenceu à Sociedade Promotora da Instituição Pública da Cidade de Ouro Preto.

SONETO 1


Estas, que o meu Amor vos oferece,
Não tardas produções de fraco engenho,
Amadas Nacionais, sirvam de empenho
A talentos, que o vulgo desconhece.
Um exemplo talvez vos aparece
Em que brilheis nos traços, que desenho:
De excessivo louvor glória não tenho,
E se algum merecer de vós comece.


Raros dotes talvez vivem ocultos,
Que o receio de expor faz ignorados;
Sirvam de guia meus humildes cultos.

Mandei ao Pindo os vôos elevados,

E tantos sejam vossos versos cultos,
Que os meus nas trevas fiquem sepultados.



SONETO 2


Voa, suspiro meu, vai diligente,
Busca os Lares ditosos onde mora
O terno objeto, que minha alma adora,
Por quem tanta aflição meu peito sente.


Ao meu bem te avizinha docemente;
Não perturbes seu sono: nesta hora,
Em que a Amante fiel saudosa chora,
Durma talvez pacífico e contente.


Com os ares, que respira, te mistura;
Seu coração penetra; nele inspira
Sonhos de amor, imagens de ternura.


Apresenta-lhe a Amante, que delira;
Em seu cândido peito amor procura;
Vê se também por mim terno suspira.

Fontes de Pesquisa:
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br
http://www.antoniomiranda.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

MURILO MENDES

MURILO MENDES
(1901-1975)


Murilo Monteiro Mendes, filho de Onofre Mendes e Eliza M. de Barros Mendes, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Fez seus primeiros estudos em na sua terra natal e depois no Colégio Salesiano de Niterói. Dois acontecimentos marcaram a juventude de Murilo Mendes: a passagem do cometa Halley, em 1910, e sua fuga do colégio interno em Niterói para ver, no Rio de Janeiro, as apresentações do dançarino russo Nijinski, em 1917. Ambos, cometa e bailarino, foram considerados por ele, verdadeiras revelações poéticas.
Foi dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor Federal de Ensino. Sua estréia na literatura se deu em revistas do Modernismo, Terra Roxa e Outras Terras e Antropofagia.
Em 1934, converteu-se ao Catolicismo e com Jorge de Lima dedicou-se à "restauração da poesia em Cristo". De 1953 a1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira.
Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Participou do movimento Antropofágico, revelando-se um conhecedor da vanguarda artística européia. Ao mesmo tempo, manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília, Espanha, carregadas de história.
Entre os anos de 1924-1929, apareceram seus primeiros poemas nas revistas modernistas, "Antropofagia" e "Verde". O poeta faz parte da chamada Segunda Geração Modernista. Seu primeiro livro, "Poemas", foi publicado em 1930, com o qual ganhou o prêmio Graça Aranha. No mesmo ano já saiu "Bumba-meu-Poeta" e, em 1933, "História do Brasil".
Murilo Mendes faleceu, em Portugal, em 1975.


O UTOPISTA

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.


CANÇÃO DO EXÍLI0



Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!


Fontes de pesquisa:
www.pensador.uol.com.br
www.revista.agulha.nom.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SILVIA A. GIOVATTO (Faffi)


O Clube de Poetas tem hoje o prazer de reverenciar Silvia A. Giovatto, mais conhecida na Net como faffi. Um ser especial que traz em si todos os sonhos do mundo, pois acredita que eles possam ser realizados. Nada na vida é em vão, basta querer e fazer acontecer! Faffi é romântica, alegre e como todo ser poeta, sonhadora! Mas sabe discernir a linha invisível que determina onde o sonho principia e a realidade vivida no tempo com seus ciclos em andanças constantes.

Faffi adora escrever poemas infantis. Dentro dela mora uma criança que dança em versos e entoa palavras com um lirismo livre, leve e solto... Tem poemas editados em sites de amigos, livros virtuais com historinhas infantis, presente da amiga Yara Nazaré.

Escrever para faffi é o como o ar puro que necessita para viver e sentir todo o aroma delicado que a natureza esparge, propagando toda sua magistral beleza. Seus versos de amor teem uma sensibilidade ímpar:


“Eu, Você...
um amor ternura
nos meus olhos
o brilho das estrelas,
nos seus olhos
o clarão da lua”.

Essa alminha transparente é do signo de escorpião e, seu porto seguro é a família, pedra angular para seu equilíbrio e felicidade e onde seu amor por ela, renova-se a cada renascer da aurora, aumenta com o ponteiro do relógio que sinaliza o passar da hora eternizando na alma esse sentimento bendito. Sobre o amor da sua vida ela assim descreve: - um ser surpreendente!

“Quem disse que o tempo apaga o amor?
O nosso não apagou!
Hoje com filhos e netos do lado
vivemos ainda, a magia do primeiro amor”.

Por isso sua profissão sempre foi Mãe X Esposa e nas horas vagas liberta a poeta... Vai bordando a palavra com maestria, abrolhando toda a estesia da poesia.

Anna Peralva


Só Quero Você

faffi
(Silvia Giovatto)

Hoje acordei carente...
A saudade tomou conta de mim,
não sei se a culpa é da chuva
que cai miúda,
ou do meu coração que bate
sem parar chamando por você.
Queria tanto estar ao seu lado,
falar de mim e ouvir um pouco de você
Ah, se eu pudesse ser leve como o vento,
voaria em sua direção roçando seu rosto
num vai e vem... sem parar
e só voltaria quando a brisa parasse de soprar.
Não posso me aliar ao vento,
mas posso te deixar nesses versos
desencadeados, o meu recado...
Hoje, Só Quero Você!
Mesmo que o vento sopre em direção diferente...
dê meia volta e venha me ver.

Trabalho de arte: Marilda Ternura

HUMBERTO RODRIGUES NETO


O Clube de Poetas reverencia com alegria a poesia de Humberto Rodrigues Neto. Nascido em São Paulo, desde pequeno adorava folhear livros em busca do encanto de poesias... Quando cursava o ginásio embrenhava-se um bibliotecas, leitor assíduo de poemas de acordo com sua idade. O prazer da leitura era tamanho que seus olhos embevecidos sorviam as letras dos grandes poetas brasileiros, portugueses e espanhóis, além das traduções poéticas francesas, italianas e inglesas. Admirava principalmente os sonetos, pois os considerava a mais bela e expressiva forma de manifestação dos sentimentos contidos no ser humano.

Participou, com outros poetas, da VI Antologia “Palavras de Poetas”, editada em 1966 pela Physis Editora Ltda. e foi premiado no I e II Concurso Nacional de Poesia ”Menotti Del Picchia”, recebendo menção honrosa no XI Certame Cultural de Poesias da Secretaria de Educação de Guarulhos – SP, assim como no Concurso de Poesias do C.T.A., de São José dos Campos – SP e no IV Concurso de Trovas/2008 da UBT-Maranguape.

Fora da poesia tem alguns contos, diversas crónicas, em estudos comparativos, que fez entre o Espiritismo e as demais religiões, e duas peças teatrais: “Extorsão” e “Sempre Há Sol Depois da Chuva”, além de um “sketch” teatral infantil: “Sonho de Criança”.

Humberto poeta divinamente! Encontrou no espiritismo a fé que o motiva nessa viagem-vida e a certeza de que não se vive apenas uma só vez! Pois essa casca que nos veste é finita e abriga uma alma imortal, chama milenar que entre idas e vindas no cais do tempo, tem como missão o aprendizado, a lapidação do ser através dos seus atos, para que leve seja sua bagagem. Evolução é o caminho da paz!

É um sentimental que se comove com tudo que toca fundo suas emoções e não se envergonha quando as lágrimas rolam, molhando a face, que sem disfarce revela sua sensibilidade extrema e solidariedade para com os mais fracos,injustiçados ou os que usam o livre - arbítrio de forma errônea, desperdiçando assim a dádiva recebida e adentrando num portal obscuro onde o pensamento fica distante da lucidez e o corpo sofre, iludido com a efemeridade das ilusões passageiras.

Gosta de cinema, teatro, leitura, documentários e noticiários de TV, futebol, música, (principalmente orquestrada) e de vez em quando um bailinho, para manter o equilíbrio do corpo no compasso da melodia.

"Saio da atração terrestre diante de um parque florido, de um lago em repouso, ou da voz noturna do mar sussurrando madrigais a lua e as estrelas!"

Na AVPB, Academia Virtual de Poetas do Brasil, quando dirigida pela saudosa Olga Kapatti, editou seu primeiro e-book: “Rabiscando Rimas”, e no site Arte e Poesia, de Teka Nascimento, o segundo: “Metrificando Sonhos”.

Como poeta inclinou-se para o soneto, embora escreva poesias abstratas ou modernistas, que dispensam rimas ou métricas, mas requerem riqueza de metáforas. Como poeta, Humberto usa a pena com maestria e sempre voamos com a estesia de sua inspiração.

Ainda guarda em si um menino arteiro e brincalhão... Que quando escapa da maturidade das estações vividas, propicia intensa alegria aos leitores.

Sorvam o belo poetar de um homem que enfrenta qualquer adversidade com coragem e, com o coração sempre aberto caminha de cabeça erguida, nesse cenário terreno.


Anna Peralva


RETORNO
Humberto Rodrigues Neto


Esse teu ser, pra quem o amor é amor
e de uma doce espera se inebria,
contando as horas que compõem o dia,
desde a manhã cedinho ao sol se pôr,

a minha volta aguarda e se angustia
e suspira, num ai desolador,
temendo que a distância traga a dor
do fim de tão ansiada fantasia!

Não te amargures com tão longa espera,
desfruta agora da tua primavera,
deixa passar esse enfadonho outono...

Ao teu jardim um dia eu tornarei,
pois jamais, meu amor, permitirei
dele se aposse algum estranho dono!

Trabalho de Arte: Marilda Ternura

PAULO LEMINSK


PAULO LEMINSKI
(1944 - 1989)


Paulo Leminski Filho, poeta, romancista e tradutor, filho de Paulo Leminski, militar de origem polonesa, e Áurea Pereira Mendes, de ascendência africana, nasceu em Curitiba, Paraná.
Aos doze anos ingressa no Mosteiro de São Bento, onde adquire conhecimentos de latim, teologia, filosofia e literatura clássica. Em 1963, abandona a vocação religiosa. Viaja a Belo Horizonte para participar da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, onde conhece Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, criadores do movimento Poesia Concreta. No ano seguinte, publica seus primeiros poemas na revista Invenção, editada pelos concretistas, e torna-se professor de história e redação em cursos pré-vestibulares, experiência que motivou a criação de seu primeiro romance, Catatau (1976).
Leminski também atua como diretor de criação e redator em agências de publicidade, o que contribui para sua atividade poética, sobretudo no aspecto da comunicação visual. Fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, Leminski pratica judô, escreve haicais e uma biografia de Matsuo Bashô. O interesse pelos mitos gregos, por sua vez, inspira a prosa poética Metaformose. Paulo Leminski exerce atividade intensa como crítico literário e tradutor, vertendo para o português obras de James Joyce, Samuel Beckett, Yukio Mishima, Alfred Jarry, entre outros. Colabora em revistas de vanguarda, como Raposa, Muda e Corpo Estranho, e faz parcerias musicais com Caetano Veloso e Itamar Assumpção, entre outros. Em 1968, casa-se com a poeta Alice Ruiz (1946), com quem viveu durante vinte anos, e teve três filhos: Miguel Ângelo (que morre aos dez anos de idade), Áurea e Estrela.
Em 7 de junho de 1989, o poeta morre, vítima de cirrose hepática.

Amor Bastante


quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

basta um instante
e você tem amor bastante

um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto


Fontes de pesquisa:
www.itaucultural.org.br
www.educacao.uol.com.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

JORGE AMADO


Jorge Amado
(1912 - 2001)

Jorge Leal Amado Faria nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi para Ilhéus com apenas um ano, lá passou a infância e descobriu as letras. A adolescência ele viveu em Salvador, no contato com aquela vida popular que marcaria sua obra.

Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".

Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).

Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".

Em parte devido ao exílio no regime getulista , Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).

Voltando para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).

Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".

Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou os romances "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".

Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha, Polônia, Tchecoeslováquia (atual República Tcheca), Itália e Estados Unidos. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).

Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças, histórias infantis e guias de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.

Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore (uma mangueira) em sua casa.

«O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha»

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"Na vida só vale o amor e a amizade. O resto é tudo pinóia, é tudo presunção, não paga a pena..."

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"Não sou religioso mas tenho assistido a muita mágica. Sou supersticioso e acredito em milagres. A vida é feita de acontecimentos comuns e de milagres."

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"A sorte me acompanha, tenho corpo fechado à inveja, a intriga não me amarra os pés, sou imune ao mau-olhado..."

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"A poesia não está nos versos, por vezes ela está no coração. E é tamanha. A ponto de não caber nas palavras."

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"Eu era jovem, ainda não acreditava no impossível"

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"Para criar a vida, é preciso tê-la vivido e ardentemente, com apaixonado coração"


Fontes de Pesquisa:
http://www.pensador.uol.com.br/poesias_de_jorge_amado
http://pt.jogeamado-blog.blogspot.com
http://pt.wikipedia.org

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)