Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
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Clube de Poetas









domingo, 18 de setembro de 2011

MURILO MENDES

MURILO MENDES
(1901-1975)


Murilo Monteiro Mendes, filho de Onofre Mendes e Eliza M. de Barros Mendes, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Fez seus primeiros estudos em na sua terra natal e depois no Colégio Salesiano de Niterói. Dois acontecimentos marcaram a juventude de Murilo Mendes: a passagem do cometa Halley, em 1910, e sua fuga do colégio interno em Niterói para ver, no Rio de Janeiro, as apresentações do dançarino russo Nijinski, em 1917. Ambos, cometa e bailarino, foram considerados por ele, verdadeiras revelações poéticas.
Foi dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor Federal de Ensino. Sua estréia na literatura se deu em revistas do Modernismo, Terra Roxa e Outras Terras e Antropofagia.
Em 1934, converteu-se ao Catolicismo e com Jorge de Lima dedicou-se à "restauração da poesia em Cristo". De 1953 a1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira.
Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Participou do movimento Antropofágico, revelando-se um conhecedor da vanguarda artística européia. Ao mesmo tempo, manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília, Espanha, carregadas de história.
Entre os anos de 1924-1929, apareceram seus primeiros poemas nas revistas modernistas, "Antropofagia" e "Verde". O poeta faz parte da chamada Segunda Geração Modernista. Seu primeiro livro, "Poemas", foi publicado em 1930, com o qual ganhou o prêmio Graça Aranha. No mesmo ano já saiu "Bumba-meu-Poeta" e, em 1933, "História do Brasil".
Murilo Mendes faleceu, em Portugal, em 1975.


O UTOPISTA

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.


CANÇÃO DO EXÍLI0



Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!


Fontes de pesquisa:
www.pensador.uol.com.br
www.revista.agulha.nom.br

Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger (Shir)

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