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A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









terça-feira, 7 de agosto de 2012

AUTA DE SOUZA

AUTA DE SOUZA
(1876 - 1901)
 
 
Auta de Souza foi uma poetisa brasileira da segunda geração romântica (ultrarromântica, byroniana ou Mal do Século). Escrevia poemas românticos com alguma inffluência simbolista de alto valor estético. Segundo Luís da Câmara Cascudo, é "a maior poetisa mística do Brasil".
Filha de Elói Castriciano de Sousa e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos políticos norte-rio-grandenses, Elói de Sousa e Henrique Castriciano.
Auta ficou órfã aos três anos, com a morte de sua mãe (aos 27 anos), por tuberculose e no ano seguinte perdeu também o pai (aos 38 anos), pela mesma doença.
Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta, conseguiu proporcionar boa educação aos netos.
Aos onze anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por vincentinas francesas, onde aprendeu francês, inglês, literatura (inclusive muita literatura religiosa), música e desenho. Lia no original as obras de Victor Marie Hugo, Lamartine, Chateaubriand e Fénelon.
Quando tinha onze anos, vivenciou nova tragédia: a morte acidental de seu irmão mais novo, Irineu Leão Rodrigues e Sousa, causada pela explosão de um candeeiro. 
Mais tarde, aos catorse anos, recebeu o diagnóstico de tuberculose e teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata.
Continuou participando da União Pia das Filhas de Maria, à qual se uniu na escola. Foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos. Jackson Figueiredo (1914) a considera uma das mais altas expressões da poesia católica nas letras femininas brasileiras.
Auta começou a escrever aos desesseis anos, apesar da doença.
Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal, Macaíba, com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação, ele também morreu vítima de tuberculose. Esta frustação amorosa tornou-se o quinto fator
marcante de sua obra, junto à religiosidade, à orfandade, à morte trágica de seu irmão e a tuberculose. A poetisa, então, encerrou seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias, que mais tarde seria publicado sob o título Horto.
Aos dezoito anos, passou a colaborar com a revista Oásis, e aos vinte
escrevia para A República, jornal de maior circulação e que lhe deu visibilidade para a imprensa de outras regiões. Seus poemas foram publicados no jornal O Paíz, do Rio de Janeiro. No ano seguinte, passou a escrever assiduamente para o prestigiado jornal A Tribuna , de Natal, e seus versos eram publicados junto aos vários escritores famosos do Nordeste.
Também foi publicada no jornal A Gazetinha, de Recife, no jornal religioso Oito de Setembro, de Natal, e na Revista do Rio Grande do Norte, onde era a única mulher entre os colaboradores.
Venceu a resistência dos círculos literários masculinos e escrevia profissionalmente em uma sociedade onde esse ofício era quase que exclusivamente de homens, já que a crítica ignorava mulheres escritoras.
Suas poesias passaram a circular nas rodas literárias de todo país, despertando grande interesse e tornou-se a poetisa norte-rio-grandense mais conhecida fora do Estado.
Em 1900 publicou seu único livro Horto, de significativa repercussão e cujo prefácio foi escrito por Olavo Bilac, o poeta mais célebre daquela época.
 Entre 1899 e 1900, assinou seus poemas com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, prática comum à época.
Auta de Souza veio a falecer em 7 de fevereiro de 1901, em Natal, em decorrência de sua doença. Lá foi sepultada no cemitério do Alecrim, mas em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, em Macaíba, cidade onde nasceu.
Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.
Em 1951, foi feita uma lápide, tendo como epitáfio versos extraídos do seu poema Ao Pé do Túmulo:
"Longe da mágoa, enfim no céu repousa
Quem sofreu muito e quam amou demais" 
 
 
A ONDE VAI A LÁGRIMA
 
Na terra se chora tanto
Que, se Deus guardasse o pranto
Que o mundo inteiro derrama,
Dos astros lá do infinito
O choro do pobre aflito
Podia apagar a chama.
 
Mas todo o pranto que desce
Por nossa face, parece
Que Deus o transforma em prece...
E a prece, cheiroso incenso,
Se perde no azul dos céus
Buscando o seio de Deus.
 
Fontes de Pesquisa
 
Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)

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