Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MARCOS MILHAZES


Marcos Milhazes é "um simples escrevedor" descendente de uma família tradicional da Bahia, os Magalhães Milhazes. Desde o tempo do ginásio gosta de escrever e seu primeiro trabalho literário foi sobre Iracema ( José de Alencar), mas este lado poeta ficou adormecido por 25 anos e só despertou com a magia do computador, onde as palavras ganham asas e voam livres de amarras, ultrapassam todos os tipos de fronteiras e conquistam o mundo. E pelas mãos do webmaster Bruno Cabral, Marcos Milhazes aportou  no mundo da poesia com uma única página, que trazia no céu o visual das pombinhas, que é o seu registro de nascimento.
 Nosso poeta escritor é um homem de mil facetas... Formado em Ciências Contábeis, Perícia Judicial TRT, Desportista, Músico Percursionista e Técnico em Merchandising. O escritor de " A Cidade dos Olhos Claros " mantém-o como "um livro fechado", (palavras do autor)... Na parceria com a poetisa Edna Liany nasceu um projeto  (participação de vários poetas), ensaio poético batizado de "Duetos de Outono" e um ebook presenteado por Eliane Gonçalves, "O Mágico das Letras Flutuantes". Para Marcos Milhazes "o dom de escrever é de berço. Tem-se ou não." Verdade que se traduz nas belas e imortais poesias e contos que dobram as linhas do tempo e permanecem atuais,  vivas e sábias.

Marcos tem um site, o  Milhas de Amor, fundado no ano de 2000, onde todas as suas obras estão publicadas e o Bar dos Sentimentos, projeto criado com Eliane Gonçalves, poetisa e educadora, palco livre cujo cenário são poetas amigos divulgados com pompa e louvor, tudo em nome da poesia, luz que alimenta a alma e sustenta sonhos, verdades e inspiração.

O poeta escrevedor mora na Região dos Lagos, RJ, que com suas dezenas de lagoas, mares de oceano e brisa que sopra versos, onde a métrica perfeita sussurra poemas de amor em harmonia e tudo que se vê e ouve, fala de paz. E neste belo cenário da natureza, obra pintada pelo Criador, um homem com espírito de criança segue sempre em frente, levando consigo a bandeira branca das palavras, palavras estas que ele tão bem sabe usar.

" Aprendi ainda novo com as águas tempestuosas. Que em rios de correntezas galhos velhos procuram as margens"
                                                                               (M.Milhazes)
Anna Peralva




O amor
Marcos Milhazes 


O amor não se delega
e muito menos se renega.
Ele sempre se rega e
nunca se nega.
Quer sempre o que carrega
E se entrega como diz a
tal da bendita regra.

A paixão que espere.
A lucidez que se supere.
A razão que não se desespere.
Mas que também espere.

E ele soberano aparece primeiro
Como mestre que o é
de todos os sentimentos
alados e proclama.

Eu o amor a
despeito da dor
que por muitas vezes me
 descarta ou  adia
Sempre começarei e
recomeçarei
Todo o santo dia...
  

Milhas de Amor
http://www.milhasdeamor.com.br/


Trabalho de Arte: Marilda Ternura

JOSÉ SARAMAGO



JOSÉ SARAMAGO 
(1922 - 2010)


José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal,
sua família era de camponeses.
Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como serralheiro mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora.
Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance 'Terra do Pecado', só voltando a publicar um livro de poemas em 1966.
Atuou como crítico literário em revistas e no jornal Diário de Lisboa. Em 1975 tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro 'Levantando do Chão', visto como seu primeiro grande romance. 'Memorial do Convento'  confirmaria esse sucesso, dois anos depois.
Em 1991, publica 'O Evangelho de Jesus Cristo', livro censurado pelo governo português. Casado em segundas núpcias com a espanhola Pilar del Rio, Saramago foi exilar-se em Lanzorete, nas Ilhas Canária (Espanha), onde viveu até a morte.
Foi ele o primeiro autor da língua portuguêsa a receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.
Entre seus livros mais famosos, estão os romances 'O Ano da Morte de Ricardo Reis' (1984), 'A Jangada da Pedra' (1986) e 'O Homem Duplicado' (2002). Também sua peça teatral 'In Nomine Dei' (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos 'Cadernos de Lanzorete' (1994/1997).
José Saramago faleceu em 18 de junho de 2010, aos 87 anos de idade, vítima de leucemia. Seu funeral teve honras de Estado, tendo o seu corpo sido cremado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. As cinzas de Saramago foram depositadas aos pés de uma oliveira, em Lisboa, em 18 de junho de 2011.
 
 
POEMA À BOCA FECHADA
 
 
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
 
 
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
 
 
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quando sei
Nesse retiro em que me não conhecem.
 
 
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, 
Nem só animais bóiam, mortos, medos, 
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam 
No negro poço de onde sobem dedos. 

Só direi, 
Crispadamente recolhido e mudo, 
Que quem se cala quando me calei 
Não poderá morrer sem dizer tudo.
 
 
Fontes de Pesquisa:
 
 
Trabalho de Pesquisa: eliana Ellinger (Shir))
 

JULIA DA COSTA

JULIA DA COSTA
(1844 - 1911)
 
 
Júlia Maria da Costa, filha de Alexandre José da Costa e Maria Machado da Costa, nasceu em Paranaguá no dia 1º de julho de 1844. 
Foi uma figura controvertida, forte, decidida e à frente de seu tempo. Com o auxílio do padre e escritor Joaquim Gomes de Oliveira Paiva, de Desterro, publicou dois livros: Flores Dispersas - 1ª série, e Flores Dispersas - 2ª série. Sob os pseudônimos de Sonhadora, Americana e J.C. (entre outros). Escreveu, além de poesia, muitas crônicas-folhetins, que hoje chamaríamos de crônicas sociais, analisando a moda e relatando festas.
Júlia da Costa casou, em 1871, por conveniência e imposição familiar, com o Comendador Costa Pereira, chefe do Partido Conservador, um homem rico e trinta anos mais velho, embora amasse o poeta Benjamin Carvoliva, cinco anos mais novo. Correspondia-se com ele quase que diariamente durante o namoro e, quando casada, em segredo. Em uma das cartas, que eram colocadas em esconderijos diversos, tais como o oco de uma velha árvore, Júlia sugere que fujam os dois, mas quem foge é Carvolina perante a ousadia da poetisa.
Desiludida, Júlia passa a escrever, febrilmente, poemas cada vez mais desesperançados e melancólicos, começa a frequentar mais e mais serões e festas, pintar os cabelos de negro (em uma época em que somente meretrizes e artistas o faziam), pintar o rosto e usar muitas jóias, participar de campanhas políticas e publicar em jornais e revistas, tornando-se uma lenda viva em sua pequena cidade.
A solidão se tornou cada vez maior depois da morte do Comendador, que a habituara a receber catarinenses ilustres em banquetes e saraus (num dos quais esteve presente o Visconde de Taunay). Viúva, cansada das festas, fecha-se em casa com manias de perseguição. Durante o tempo que permanece enclausurada, planeja escrever um romance e, para tanto, confecciona painéis coloridos com cenas campesinas, interiores de lar e paisagens inspiradoras que espalha pelas paredes.
Nessa velhice solitária, Júlia da Costa enlouquece e permanece fechada no casarão por oito anos, dele só saindo ao falecer em 2 de julho de 1911.


ACORDES POÉTICOS


Não tenho segredos, é pura minh´alma,
Qual cândida aurora rasgando o seu véu!
Velando ou dormindo, chorando ou sorrindo,
Só amo – meus campos – meu solo – meu céu!



Cresci sobre um ermo tristonho e sombrio,
Soltei nas campinas meu primo cantar,
Saudei nas montanhas o sol que nascia,
Brinquei entre moitas ao claro luar!



Sou jovem, sou meiga, sorri-me o futuro
Nas fímbrias douradas de auroras de paz,
A flor das campinas só ama o infinito
Do céu, das venturas, não quer nada mais!



As flores dos prados não causam-me inveja,
Que hei flores mimosas no meu coração!
Lauréis e grandezas, eu não, não aspiro,
Não quero ter gozo tão falso, tão vão!



Não tenho segredos, é pura minh´alma,
Qual cândida aurora rasgando o seu véu!
Velando ou dormindo, chorando ou sorrindo,
Só amo – meus campos – meu solo – meu céu!


fontes de pesquisa:

Trabalho de Pesquisa: eliana Ellinger (Shir)