Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









quarta-feira, 10 de outubro de 2012

JOSÉ SARAMAGO



JOSÉ SARAMAGO 
(1922 - 2010)


José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal,
sua família era de camponeses.
Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como serralheiro mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora.
Iniciou sua atividade literária em 1947, com o romance 'Terra do Pecado', só voltando a publicar um livro de poemas em 1966.
Atuou como crítico literário em revistas e no jornal Diário de Lisboa. Em 1975 tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro 'Levantando do Chão', visto como seu primeiro grande romance. 'Memorial do Convento'  confirmaria esse sucesso, dois anos depois.
Em 1991, publica 'O Evangelho de Jesus Cristo', livro censurado pelo governo português. Casado em segundas núpcias com a espanhola Pilar del Rio, Saramago foi exilar-se em Lanzorete, nas Ilhas Canária (Espanha), onde viveu até a morte.
Foi ele o primeiro autor da língua portuguêsa a receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.
Entre seus livros mais famosos, estão os romances 'O Ano da Morte de Ricardo Reis' (1984), 'A Jangada da Pedra' (1986) e 'O Homem Duplicado' (2002). Também sua peça teatral 'In Nomine Dei' (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos 'Cadernos de Lanzorete' (1994/1997).
José Saramago faleceu em 18 de junho de 2010, aos 87 anos de idade, vítima de leucemia. Seu funeral teve honras de Estado, tendo o seu corpo sido cremado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. As cinzas de Saramago foram depositadas aos pés de uma oliveira, em Lisboa, em 18 de junho de 2011.
 
 
POEMA À BOCA FECHADA
 
 
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
 
 
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
 
 
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quando sei
Nesse retiro em que me não conhecem.
 
 
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, 
Nem só animais bóiam, mortos, medos, 
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam 
No negro poço de onde sobem dedos. 

Só direi, 
Crispadamente recolhido e mudo, 
Que quem se cala quando me calei 
Não poderá morrer sem dizer tudo.
 
 
Fontes de Pesquisa:
 
 
Trabalho de Pesquisa: eliana Ellinger (Shir))
 

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