Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sexta-feira, 6 de setembro de 2013

MANUEL ALEGRE


MANUEL ALEGRE


Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu em Águeda, em 1938. Formou-se em Direito na Universadade de Coimbra, onde se envolveu ativamente no movimento estudantil.
E, justamente, como membro da Comissão da Academia que deu apoio a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958.
Contribuiu para o cenário cultural, participando na fundação do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e também como ator do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra. Extremamente versátil, dirigiu o jornal "A Briosa", foi redator da revista "Vétice" e colaborador de "Via Latina".
Manuel Alegre foi chamado para o regime militar, em 1961. No ano seguinte, é enviado para Angola, onde liderou uma revolta militar. Ficou preso por seis meses e foi na cadeia que conheceu escritores angolanos como Luandino Vieira, Antonio Jacinto e Antonio Cardoso.
Em 1964, foi para o exílio em Argel, onde foi dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Nessa época, publicou dois livros. "Praça da Canção" (1965) e "O Canto e as Armas" (1967), ambos apreendidos pela censura. Mas os livros foram repassados por cópias clandestinas, manuscritas ou datilografadas.
Muitos de seus poemas foram interpretados por cantores como Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, sendo considerados bandeiras da luta pela liberdade. Voltou para Portugal em 1947, quando se filiou ao Partido Socialista, sendo o responsável por mobilizações populares que permitiram a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1978, sendo o redator de seu preâmbulo.
Manuel foi deputado por Coimbra em todas as eleições, de 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002. Em 2004, candidatou-se a Secretário Geral do PS e no ano seguinte, concorreu à predidência da república. Foi candidato independente, apoiado pelos cidadãos. Alcançou mais de 1 milhão de votos e ficou em segundo lugar, derrotando, inclusive, o candidato do PS.
Apesar da vida política, não abandonou a literatura. Foi eleito sócio correspondente da Classe de Letras na Academia de Ciências, em 2005.
Sobre sua obra poética, reeditada sucessivas vezes, Eduardo Lourenço afirmou que "sugere espontaneamente aos ouvidos (...) a forma, entre todas arquétipa, da viagem, do viajante ou, talvez melhor, peregrinante". O livro "Senhora das Tempestades "


(14.000 exemplares vendidos num mês) inclui o poema com o mesmo nome, que Vitor Manuel Aguiar e Silva considerou "uma das mais belas odes escritas na língua portuguesa". Publicou os romancer "Alma " (12 edições) e "A Terceira Rosa ", duplamente premiado.








Segundo Paola Mildonian, Manuel Alegre "canta a dor e o amor da história com acentos universais, com uma linguagem que (...) recupera em cada sílaba os quase três milenios da poesia ocidental". No Livro do Português Errante , Manuel Alegre, segundo Paula Morão, emociona e desassossega: "depõe nas nossas mãos frágeis as palavras, rosto do mundo, faz de nós portugueses errantes e deixa-nos o dom maior (...) – os seus poemas". O seu livro Cão como nós vai na 20ª edição em língua portuguesa.
ÚLTIMA PÁGINA

Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
onde morri onde nasci algumas vezes.

Adeus palavras comboios
adeus navio. De ti povo
não me despeço. Vou contigo.
Adeus meu bairro versos ventos.

Não voltarei a Nambuangongo
onde tu meu amor não viste nada. Adeus
camaradas dos campos de batalha.
Parto sem ti Pedro Soldado.

Tu Rapariga do País de Abril
tu vens comigo. Não te esqueças
da primavera. Vamos soltar
a primavera no País de Abril.

Livro: meu suor meu sangue
aqui te deixo no cimo da pátria
Meto a viola debaixo do braço
e viro a página. Adeus.

 
CANÇÃO TÃO SIMPLES
Quem poderá domar os cavalos do vento
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?

Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?

Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?

Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?


Fontes de pesquisa:
www.wikipedia.org
www.infopedia.pt
www.isr.ist.uti.pt
www.citador.pt


Trabalho de Pesquisa: Eliana Ellinger
 

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