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Clube de Poetas









domingo, 13 de outubro de 2013

EUGÈNE EMILE PAUL GRINDEL


Eugène  Emile Paul Grindel 
( 1895 / 1952 )

Paul  Éluard (pseudônimo de Eugène Emile Paul Grindel) foi um poeta francês, nascido em Saint-Denis, hoje subúrbio ao norte de Paris.
 Autor de poemas contra o nazismo que circularam clandestinamente durante a 2ª Guerra Mundial, participou no movimento dadaísta, foi um dos pilares do surrealismo, abrindo caminho para uma ação artística mais engajada, até filiar-se ao partido comunista francês e tornou-se mundialmente conhecido como "O Poeta da Liberdade".
Aos 16 anos, Paul Eluard contraiu tuberculose, que o obrigou a interromper seus estudos. No Sanatório de Clavadel, na Suiça, teve o primeiro encontro com Manuel Bandeira. No Sanatório de Davos, conhece uma jovem russa, Helena Diakova, que ele apelidou de Gala. Os dois casaram-se durante a guerra, em 21 de fevereiro de 1917.
Sua impetuosidade, seu espírito decidido, sua cultura, impressionaram o jovem Paul, que encontra nela seu primeiro impulso de poesia amorosa, e tiveram uma filha, Cecile.
Viveram juntos até 1929, em seguida, Gala se casaria com o pintor espanhol Salvador Dali.
Embora o trabalho de Paul Éluard tenha tido várias fases, foram dezenas de títulos publicados entre 1913 e 1952, ano de sua morte. Tornou-se então conhecido principalmente por suas poesias surrealistas.
Conviveu com poetas, como André Breton e Louis Aragon e artistas plásticos, como Picasso, De Chirico, Dali, Margritte, Miró, Man Ray e Chagall.
Em 1918, quando a vitória é proclamada, Paul Éluard alia a plenitude de seu amor a um profundo questionamento do mundo: é o movimento Dadá que vai disparar esse processo, através do absurdo, da loucura, do non-sense. 
Sua obra é extensa. Com Benjamim Péret, escreve 152 poemas. Com André Breton, "No Defeito do Silêncio" e "Imaculada Concepção", com Breton e René Char, "Trabalhos". A partir de 1925, ele apóia a revolta dos Marroquinos. Em 1926, ingressa, junto a Aragon e Breton, no partido comunista francês. Nesta mesma época, publica "Capital da Dor" e "Amor e Poesia". Em 1928, novamente doente, volta para o Sanatório com Gala, onde ela reencontra Salvador Dali e ele conhece Nusch. 
Nos anos 40, durante a Resistência, lançou seu mais conhecido poema " Liberté ", publicado no livro Poésie et Varité (Poesia e Verdade), de 1942. No ano seguinte, aviões da Força Aérea Britânica lançaram milhares de cópias desse texto sobre Paris.
Os anos de 1931 a 1935, foram os mais felizes na vida de Éulad: Casado com Nusch, ela representou para ele a encarnação da mulher, companheira, cúmplice, sensual, sensivel e fiel.
Na Espanha, em 1936, Paul se insurge contra o movimento franquista. No ano seguinte, o bombardeio de Guernica o inspira a escrever o poema " A Vitória de Guernica ". Para que  o poema fosse impresso na Inglaterra, foi contrabandeado, desde a França ocupada, pelo pintor pernambucano Cícero Dias. A terceira convergência seria com Manuel Bandeira novamente, e Carlos Drummond de Andrade que traduziram "Liberté" a quatro mãos, ainda nos anos 40.

Retrato de Paul Eluard - Salvador Dali - Óleo sobre tela - 1942
Em novembro de 1952, paul Éluard morre do coração, em sua casa. Neste dia, segundo Robert Sabatier, "o mundo inteiro estava de luto".

QUEM DE NÓS INVENTOU O OUTRO?
Tua cabeleira de laranjas no vazio do mundo,
No vazio dos vitrais pesados de silêncio
E de sombra onde minhas mãos nuas buscam teus reflexos.
A forma do teu coração é quimérica
E teu amor se assemelha a meu desejo perdido.
Ó suspiros de âmbar, sonhos, olhares.
Mas tu não estiveste sempre comigo. Minha memória
Ainda está obscurecida por te-la visto chegar
E partir. O tempo se serve das palavras como o amor.
Fechei-me em meu amor, sonho.


NÃO MAIS PARTILHAR
Na noite de loucura, nú e claro,
O espaço entre as coisas possui a forma de minhas palavras,
A forma das palavras de um desconhecido,
De um vagabundo que desata a cintura de sua garganta
E pega os ecos pelo laço.
Entre árvores e barreiras,
Entre muros e mandíbulas,
Entre essa grande ave trêmula
E a colina que a oprime,
O espaço possui a forma de meus olhares.
Meus olhos são inúteis,
O reino do pó acabou,
A cabeleira da estrada pôs seu manto rígido,
Ela não foge mais, não me mexo mais,
Todas as pontes estão cortadas, o céu nelas não passará mais,
Posso então não ver mais nelas.
O mundo se destaca de meu universo
E, bem no cume das batalhas,
Quando a estação do sangue murcha em meu cérebro,
Distingo o dia dessa claridade de homem
Que é a minha,
Distingo a vertigem da liberdade,
A morte da embriaguês,
O sono do sonho. 
Ó reflexos sobre mim mesmo! Ó reflexos sangrentos! 
(Tradução: Eclair Antonio Almeida Filho)



 Fontes de Pesquisa:


Trabalho de Pesquisa Eliana Ellinger (Shir)

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