Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sábado, 23 de novembro de 2013

ANTONIO OLINTO



ANTONIO OLINTO
(1919 - 2009)
 
 
Antonio Olinto, cujo nome completo é Antonio Olyntho Marques da Rocha, nasceu em Ubá, Minas Gerais,  filho de José Marques da Rocha e Áurea Lourdes Rocha.
É o quinto ocupante da Cadeira nº 8, eleito em 1997, na sucessão de Antonio Callado e recebido pelo acadêmico Geraldo França Lima.
Depois dos estudos primários na cidade natal, ingressou no Seminário Católico de Campos (RJ), onde concluiu o curso secundário. Prosseguiu os estudos no curso de Filosofia do Seminário Maior de Belo Horizonte (MG) e no Seminário Maior de São Paulo. Tendo desistido de ser padre, foi durante dez anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro. Publicou então seu primeiro livro de poesia, "Presença". Foi secretário do Grupo Malraux, tendo organizado a 1ª exposição de poesias, montada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Juntamente com sua atividade de professor ingressou no setor publicitário e no jornalismo. Seu livro "Jornalismo e Literatura" foi adotado em cursos de jornalismo em todo o Brasil. Da mesma época é seu livro de ensaios o "Diário de André Gide".









 Foi crítico literário de O Globo e colaborou em jornais de todo o Brasil e Potrugal. Convidado pelo Governo da Suécia para as comemorações do Ciquentenário do Prêmio Nobel em 1950, fez então conferências na Universidade de Estocolmo e Uppsala. A convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira.
Poeta e ensaista, suas obras estão vinculadas, cronológicamente, à geração 45.
Na década de 50, teve publicado quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Foi Adido Cultural em Lagos, Nigéria, Professor Visitante na Universidade de Columbia, em Nova York, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Oward, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Em 1968 foi nomeado Adido Cultural em Londres, tendo sido eleito, no início dos 90, para o cargo de Vice-Presidente Internacional.
Antonio Olinto, foi Membro do PEN Clube do Brasil e também do PEN Internacional, tendo sido eleito para o cargo de Vice-Presidente Internacional.
Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil na TV Tupi, e em seguida nas TVs Continental e Rio.
Em 1955, conheceu a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias e foram eleitos para o Conselho Fiscal do Sindicatos dos Escritores, em 7 de maio de 1997. Zora Seljan faleceu no Rio de Janeiro em 2006.
 



Na Academia Brasileira de Letras, exerceu o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1988-99 e 2000, além de diretor da Comissão de Publicações. Recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 1994, pelo conjunto de obras da Academia Brasileira de Letras, a mais alta láurea literária do Brasil. Em 2000, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da Faculdade de Letras e do Conjunto Universitário de Ubá e o Diploma de Excelência da Universidade Vasile Goldis, de Arad (Romênia), pelo seu trabalho de difusão da cultura brasileira naquele país. Em 2003, inaugurou na Faculdade de Letras Ozanan Coelho de Ubá, uma biblioteca de 34 mil volumes que receberam seu nome. Em 2004, o Real Gabinete Português de Literatura do Rio de Janeiro outorgou-lhe o Título de Sócio Grande Benemérito.
Nos últimos anos de vida, proferiu conferências em seminários no Brasil e no exterior, participou das Jornadas de Lusofonia realizadas em Lisboa, Estocolmo, Gotemburgo, Lund e Copenhague.
Antonio Olinto faleceu em 2009, aos 90 anos, por falência múltipla de órgãos e foi sepultado no Mausoléu da ABL.
 
* Tive o grande prazer de conhece-lo em 1999, ocasião do "Concurso Novos Talentos", quando meu livro, "Pedaços de Mim", foi o vencedor. Nele, Antonio Olinto escreveu sua apreciação, apresentando meu estilo de escrever poesias.



 
 SONETO DE NATAL 
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"
Machado de Assis


Mudaria o Natal ou mudo iria
Mudar sempre o menino o mundo em tudo?
Ou fui só quem mudei, e meu escudo
Novidadeiro, múltiplo, daria
Ao mudadiço mito da alegria
Em noite tão mutável jeito mudo?
O homem é mudador, muda de estudo,
De mucama, de verso, pouso, dia,
Porque a muda modula esse desnudo
Renascimento em palha, e molda e afia
O instrumento da troca, o fim miúdo,
A noite amena erguendo-se em poesia.
Mudei eu sempre sem saber que mudo
Ou somente o Natal me mudaria?

** ** **

INFÂNCIA

Um retrospecto
de que vale?
O menino soltava papagaio
no morro transformado em nova imagem,
tão nítida que vai além do retângulo,
termina no prelúdio de uma nuvem
e o grito batia longe
na tarde dos bambuais,
de que vale?
Sousa já era mas sorria,
tinha o fascínio dos começos,
a fixidez dos olhos sendo
nada e flor.
A voz que subia aflita
(só podia ser de mãe)
falava da noite próxima
e de bichos escondidos
pelo pasto,
no regato,
no caminho,
pela sombra deslizada de repente
de que vale?
Na descida tudo vinha
em gesto nem sempre visto
de papagaio vermelho,
papel de seda rasgado
na maciez do paiol.
Súbito
era noite e um cão latia
alto.


 Eliana (Shir)

Fontes de Pesquisa:
 

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