Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









sábado, 23 de novembro de 2013

LEA GOLDBERG



LEA GOLDBERG
( 1911 / 1970 )
 
 
 
Há cento e dois anos atrás, no distante Koenigsberg, Prússia (hoje Kaliningrado, na Rússia),  nasceu Lea Goldberg, poetisa, novelista, escritora de literatura infantil, tradutora, crítica, investigadora, professora  catedrática, dramaturga, doutora  em filosofia e línguas semíticas.
Passou a infância na Rússia e voltou com a família, após a revolução de 1917, para sua casa em Kovno (agora Kaunas), na Lituânia.
Quando estourou a primeira Guerra Mundial, Lea, com apenas três anos, fugiu com os pais para a Rússia, onde passaram um ano em difíceis condições. Voltando para Kaunas, a patrulha da fronteira lituana deteve-os e acusou o pai de ser espião bolchevista. Eles o torturaram durante dez dias, e quando foi libertado ficou muito traumatizado e com problemas psicológicos. Abandonou a família e nunca mais voltou. Lea e sua mãe viveram juntas até que a morte as separou.
Lea Goldberg começou a publicar versos em hebraico quando ainda era estudante. Frequentou a Universidade de Kovno, a Universidade de Berlim (onde obteve o doutorado em filosofia e estudos semitas) e a Universidade de Bonn.
Em 1936, mudaram-se para Israel e estabeleceram-se em Tel Aviv, onde Lea deu continuidade a seus escritos poéticos e contistas que até hoje fazem parte da cultura literária israelense.



Lea Goldberg tinha um estilo modernista que, superficialmente, pode parecer simples. Escreveu em um poema sobre seu próprio estilo que "lúcido e transparente / são minhas imagens". Embora às vezes escolhesse para escrever poemas que não tinham rimas, ela sempre respeitou as questões de rítmo e, além disso, em seu "artigo" de obras ( por exemplo, o conjunto de poesias de amor "Os Sonetos de Therese du Meun", um documento falso sobre o amor, desejos de um nobre francês casado por um jovem tutor).





 Seus célebres contos infantís merecem menção especial, conhecidos por cada criança israelense. "Onde está Pluto ?" , "Casa de Aluguel", "O Distraido de Vila Azar", são apenas poucos exemplos dos clássicos da literatura infantil de sua autoria, com o qual cresceram gerações dos alunos. 
Suas obras - além do afeto popular generalizado - receberam numerosos prêmios, dentre os quais o maior galardão nacional em sua categoria, o Prêmio de Literatura, outorgado em 1970. Postumamente alcançou o ápice em apenas 58 anos de vida, com uma obra rica e prolífica que inclui 12 livros de poesia, outros  de teatro, novelas, biografias, contos, traduções de Shakespeare, Tolstoi, Ibsen e Molière, que deixaram uma marca profunda e indelével na cultura hebraica contemporânea. 
Lea Goldberg nunca se casou, seu coração havia sido quebrado por um amor não correspondido, que expressou em muitos de seus poemas.
Faleceu em 1970 de câncer de pulmão, era uma fumante inveterada.



 SOU
 
Sou única no firmamento
e múltipla dentro do abismo.
Do fundo rio me contempla
a imagem refletida.
 
Sou a verdade no firmamento,
sou o imaginário abismo.
Do fundo do rio me contempla
a minha imagem, no seu enganoso destino.
 
Lá no alto estou rodeada de silêncio;
no abismo sussurro e canto.
No firmamento sou um deus,
no rio sou uma oração.
 
(tradução: Cecília Meireles)
 
** ** **
 
 
A ÁRVORE CANTA PARA O RIO
 
Tu que levaste meu outono aureolado
recolhendo meu sangue nas folhas mortas,
tu que verás minha primavera, pois ela volta,
quando chegar a estação do ano.
 
Rio, irmão meu, tu que te perdes para sempre
novo todos os dias, e outro e o mesmo,
a correnteza, meu irmão entre as margens
corre como eu entre a primavera e outono.
 
Pois eu sou a borbulha e sou o fruto,
o meu passado sou e meu futuro,
sou o tronco a si mesmo abandonado
e tu - tu és meu tempo, meu poema.
 
(Tradução: Cecilia Meireles)
 

Eliana (Shir)
 
Fontes de pesquisa:
 

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