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A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ELIZABETH BARRET BROWNING


ELIZABETH BARRET BROWNING
( 1806 - 1861 )
 
 
 
 
Poetisa inglesa, Elizabeth Barret Browning nasceu a 6 de março de 1806 em Coxhoe, Durham. Filha de um homem abastado, enriquecido principalmente às custas de plantações na Jamaica, cresceu na parte ocidental da Inglaterra e foi educada em cada por um precetor. Aprendeu latim e grego com celebridade, tendo-se tornado uma leitora voraz.
Aos catorze anos organizou a sua primeira coletânea de poemas, The Battle Of Marathon (1820) e logo após foi vítima de um acidente equestre, que causou-lhe mazelas incuráveis na coluna vertebral, pelo que consumiu morfina contra as dores durante o resto de sua vida.




Continuou depois com An Essay On Mind, publicado às expensas de seu pai em 1826,
e uma tradução de Ésquilos, Prometheus Bound e em 1833, Prometeu Agrilhoado.
Em 1832, a família mudou-se para Sidmouth e, três anos depois, em Londres, onde a poetisa começou a colaborar para a imprensa.
Em 1838, publicou The Serafim, And Others Poems, obra que chamou a atenção do público. Neste mesmo ano foi enviada para Torquay, em convalescença de um derrame, na companhia do irmão. Este morreu afogado e Elizabeth ganhou um medo quase mórbido de estar na companhia de pessoas. Dedicou-se portanto inteiramente à leitura.





Em 1844, com a publicação de Poems, obteve grande popularidade e foi elogiada por Edgar Alan Poe, entre outros. Chegou-se a referir o seu nome como sucessora de Wordsworth como Poeta da Corte Britânica.

Aos 39 anos, deu início a uma correspondência com o poeta Robert Browning, seis anos mais novo, que conhecia toda sua obra. O namoro foi mantido em segredo de seu pai
que havia terminantemente proibido os seus doze filhos e filhas de se casarem.
No ano seguinte, Elizabeth fugiu da alçada do pai e, em setembro de 1846, casou com Robert Browning e viajou com ele para a Itália, onde se fixou na cidade de Florença,
até o fim da vida.




 Na maturidade, Elizabeth começou a interessar-se pela causa da independência italiana
e tornou-se apoiante do movimento de unificação italiana e opos-se à escravatura. Em 1857, publicou Aurora Legh, um romance escrito em prosa poética, lida como o papel da mulher na sociedade e com as responsabilidades morais dos poetas.
Elizabeth Browning faleceu a 29 de junho de 1861, em Florença, nos braços do seu marido.
Entre seus poemas mais conhecidos, destacam-se Sonnets From The Portuguese (1850), que se referem possivelmente à obra de Luis Vaz de Camões.


SONETO XIV
 
Ama-me por amor do amor somente
Não digas : Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente.
 
Minh'alma em comunhão constantemente
Com a sua. Porque pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.
 
Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade.
 
De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Mais hás de querer por toda a eternidade.
 
(Tradução: Manuel Bandeira)
 
 
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SONETO XXVIII
 
As minhas cartas! Todas elas frio,
Mudo e morto papel! No entanto agora
Lendo-as, entre as mãos trêmulas o fio
da vida eis que retomo hora por hora.
 
Nesta queria ver-me - era no estio -
Como amiga a seu lado...Nesta implora
Vir e as mãos me tomar...Tão simples! Li-o
E chorei. Nesta diz quanto me adora.
 
Nesta confiou: sou teu, e empalidece
A tinta no papel, tanto o apertava
Ao meu peito que todo inda estremece!
 
Mas uma...Ó meu amor, o que me disse
Não digo. Que bem mal me aproveitara,
Se o que então me disseste eu repetisse...
 
(Tradução: Manuel Bandeira)
 


SONETO
 
Parte: não a sombra. Por distante
Que te vás, em meu peito, a cada instante,
Juntos dois corações batem iguais.
 
Não ficarei mais só. Nem nunca mais
Dona de mim, a mão, quando a levante,
Deixará de sentir o toque amante
Da tua - ao que fugi. Parte: não sais!
 
Como o vinho, que às uvas donde flui
Deve saber, é quando faço e quanto
Sonho, que assim também todo te inclui.
 
A ti, amor! minha outra vida, pois
Quando oro a Deus, teu nome ele ouve e o pranto
Em meus olhos são lágrimas de dois.
 
(Tradução: Alexandre Herculano de Carvalho)
 
 
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Fontes de Pesquisa:



Eliana (Shir) Ellinger


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