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Clube de Poetas









segunda-feira, 30 de março de 2015

ANTERO DE QUENTAL



ANTERO DE QUENTAL
(1842 - 1891)
 
 
Antero Tarquínio de Quental nasceu em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, Portugal. Filho do combatente Fernando de Quental e Ana Guilhermina da Maia, iniciou seus estudos em Ponta Delgada e, com 16 anos, foi estudar Direito em Coimbra.

Foi poeta e filósofo português, um verdadeiro líder intelectual do Realismo em  sua pátria. Dedicou-se à reflexão dos grandes problemas filosóficos e sociais de seu tempo e contribuiu para a implantação das idéias renovadoras da geração de 1870.




Em 1861 publicou seu primeiro livro, "Sonetos de Antero". Em 1865, um grupo de estudantes da Universidade de Coimbra, critica as velhas idéias do Romantismo, o que fez surgir uma polêmica entre a velha e a nova geração de poetas. Essa manifestação originou-se de um texto do poeta romântico António Feliciano de Castilho, no qual ele criticava as novas idéias literárias de Antero de Quental e Teófilo Braga.
Antero responde de maneira violenta, escrevendo uma carta aberta que foi divulgada com o título de "Bom senso e bom gosto". Nela, Antero acusa Castilho de obscurantismo e defende a liberdade de pensamento dos novos escritores.





 Nesse mesmo ano, Antero de Quental publica  "Odes Modernas". Em 1886. foi morar em Lisboa, onde trabalhou numa tipografia. Em 1867 foi morar em Paris, regressando para Lisboa em 1868. Em 1869, funda o jornal "A República" . Em 1871, junto com Eça de Queirós, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão, planeja uma série de "Conferências Democráticas", que eram realizadas no Cassino Lisboense.
Antero de Quental expressa em seus sonetos a sua inquietação religiosa e metafísica, constituindo a parte mais importante de sua obra  "Sonetos de Antero" (1861), "Primaveras Românticas" (1872), "Sonetos Completos" (1886), "Raios de Extinta Luz" (1892), entre outros de grande sucesso até os dias de hoje.
É considerado, ao lado de Bocage e Camões, um grande sonetista da literatura portuguesa.
Antero de Quental, sofrendo de depressão, suicida-se no dia 11 de setembro de 1891, em Ponta Delgada, sua terra natal.


NIRVANA
 
Viver assim: sem ciúmes, sem saudades,
Sem amor, sem anseios, sem carinhos,
Livre de angústias e felicidades,
Deixando pelo chão rosas e espinhos;
 
Poder viver em todas as idades,
Poder andar por todos os caminhos,
Indiferente ao bem e às falsidades,
Confundindo chacais e passarinhos;
 
Passear pela terra e achar tristonho
Tudo que em torno se ve, nela espalhado,
A vida olhar como através de um sonho;
 
Chegar onde eu cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro - é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura!
 
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HINO À RAZÃO
 
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só à ti submissa.
 
Por ti é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece,
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra viça.
 
Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre clarões,
E os que olham o futuro e cismam, mudos
 
Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe dos filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
 
 
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Eliana Ellinger
 
Fontes de pesquisa:
 
 

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