Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









segunda-feira, 30 de março de 2015

MARIA BRAGA HORTA


MARIA BRAGA HORTA
(1913 - 1980)
 

Maria Braga Horta nasceu na Fazenda Boa Esperança, no Arraial de Bom Jesus da Cachoeira Alegre, Município de Muriaé, Minas Gerais, em 17 de fevereiro de 1913 e faleceu em Brasília, dia 6 de abril de 1980. Aos 12 anos de idade, começou a escrever versos e, aos 15, seus primeiros sonetos - o marco mais alto de suas obras.
Em 1930, iniciou as publicações de suas poesias  no Jornal Manhumirim, e logo em jornais e revistas do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e outros Estados.
Em 1934, casou-se com o advogado e poeta Anderson de Araujo Horta, com quem teve cinco filhos - Anderson, Arlyson, Flávio, Glorinha e Goiano. O namoro começou antes que ela completasse vinte anos, e com ele estabeleceu-se um diálogo poético. Os primeiros versos de amor partiram do namorado, com um soneto de parabéns pelo aniversário da amada. Os poemas de Maria Braga Horta nesse diálogo constam do capítulo "Nossa História de Amor" , de seu livro "Caminho de Estrelas", publicado em 1996, após sua morte, pela Massao Ohno Editora, sob organização do filho também poeta, Anderson Braga Horta. 



Com o marido Anderson de Araújo Horta, peregrinou por uma dezena se cidades de Minas Gerais e Goiás. Teve seu soneto "Legado" incluído por Carlos Drummond de Andrade em "Uma Pedra no Meio do Caminho". Figurou em antologias poéticas do 2º Torneio Poético da Poesia Falada (Niterói), de Joanyr de Oliveira, de Aparício Fernandes e de Nilto Maciel, no volume 2 de Escritores Brasileiros ao Vivo, Danilo Gomes, em Antologia de Contos de Napoleão Valadares e em seu dicionário de Escritores de Brasília.
Detentora de vários prêmios, alcançou o 1º lugar no Primeiro Concurso de Poesia da Fundação de Assistência aos Garimpeiros (Brasília, 1971).



 EXORTAÇÃO
 
Alma inquieta e sem rumo, sem morada
dentro do próprio ser, que te acontece?
Para onde vais? Que buscarás na estrada
onde o esplendor do sol desaparece?
 
Que desejas colher nessa encantada
terra de sonhos? Que dourada messe
supões haver na senda extraviada
onde nem mesmo o sonho permanece?
 
Olha em torno de ti. Volta e procura
em ti mesma o caminho da ventura
que andas buscando sem saber se existe...
 
Encontrando-te, enfim, terás a glória
de tornar a existência transitória
mais serena, mais terna, e menos triste.
 
** ** **
 
LIRISMO
 
Fale um outro poeta mais austero
de temas, em geral, de alto horizonte,
ou imite Camões, Virgílio, Homero,
buscando a inspiração em nobre fonte.
 
Que eu não tento transpor tão longa ponte
e pemetrar num mundo tão severo.
Como Kháyyám, Gonzaga e Anecreonte,
só canto o amor, só dele a glória espero.
 
"Ser poeta é ser triste." Esta legenda
vem na fronte da porta e é como prenda
que lhe fazem as musas no batismo.
 
Desse prêmio, porém, não tive a parte,
e me faltando enredo, engenho a arte,
falo de amor no mais banal lirismo.




 Eliana Ellinger
 
Fonte de pesquisa:
 

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