Este blog tem por finalidade, homenagear consagrados poetas e escritores e, os notáveis poetas da internet.
A todos nosso carinho e admiração.

Clube de Poetas









quinta-feira, 30 de abril de 2015

CARLOS MAGALHÃES DE AZEREDO



CARLOS MAGALHÃES DE AZEREDO
(1872 - 1963)
 
 
Carlos Magalhães de Azeredo, filho de Caetano Pinto de Azeredo e Leopoldina Magalhães de Azeredo,  nasceu no Rio de Janeiro em 7 de setembro de 1872, e faleceu em Roma em 4 de novembro de 1963.
Jornalista, contista, poeta e ensaista, foi um dos dez intelectuais convidados para integrar o quadro dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Escolheu para patrono Domingos Gonçalves de Magalhães, a quem coube a Cadeira nº 9. Foi o mais novo dos fundadores e o último deles a falecer com 91 anos de idade.
Fez as primeiras letras no Colégio de São Carlos, no Porto, Portugal, de 1879 a 1880, continuando seus estudos no Colégio São Luís, de Itu, São Paulo, até 1887.
Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, na qual se bacharelou em 1893. Ingressou na carreira diplomática em 1895, ocupando os seguintes cargos: Segundo Secretário da Legação do Brasil no Uruguai 1895/96) e na Santa Sé (1896-1901); promovido a Primeiro Secretário em 1901 e Conselheiro rm 1911; Ministro residente em Cuba (1912) e na Grécia (1913/14); Ministro plenipotenciário na Santa Sé (1914/19) e Embaixador na mesma (1919/34). Atingindo esse posto máximo da carreira de diplomata, Magalhães de Azeredo aposentou-se, porém,  continuando a residir em Roma.
Sua vida diplomática fora do Brasil, prejudicou-lhe o contato com as novas gerações literárias, embora tivesse se dedicado desde cedo às letras. Aos 12 anos escreveu um pequeno volume de versos, "Inspirações de Infância",  que ficou inédito.

Estudante, colaborou em diversos jornais de São Paulo e do Rio, onde residiu antes de seguir para Montevidéu, em função diplomática.




Em 1895, publicou Alma Primitiva, em prosa e, em 1898, Procelárias, seu primeiro livro de poesias.
Vivendo a maior parte do tempo no Exterior, manteve-se em contato com Machado de Assis e Mário de Alencar, através de incontável correspondência, que se encontra guardada no Arquivo da Academia Brasileira de Letras.



 Tinha ele 17 anos quando dirigiu a Machado de Assis a sua primeira carta. Logo o mestre lhe reconheceu o valor como poeta. Passando o tempo, fez mais o grande romancista: pôs nas cartas que lhe dirigiu as suas principais confidências de escritor, numa prova de confiança que não dera a outro amigo. Essa correspondência foi reunida pelo professor americano Carmelo Virgilio e publicada, em 1996, pelo Instituto Nacional do Livro. A correspondência que ele entreteve com Mário de Alencar, além de interessar à biografia dos dois escritores, diz respeito igualmente ao espaço de vida literária brasileira, demarcado pela extensão dos seus diálogos. Magalhães de Azeredo também pertencia ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, à Academia Internacional de Diplomacia e ao Instituto de Coimbra.


 
O CHANCELER
 
 O velho chanceler é triste e carrancudo;
Sobre o peito, cismando, a calva fronte inclina,
E apoia a forte mão, que exércitos domina,
No seu melhor amigo - um grande cão felpudo.
 
Dir-se-ia Fausto ancião, que, concentrado e mudo,
Devorando o amargor da dúvida que o mina,
Mergulha o frio olhar pela opaca neblina,
Que, na terra e no céu, vai envolvendo tudo...
 
Que idéia agita a mente do ministro?
O passado? o remorso? a tirania? a glória?
Um plano de vingança? um combate sinistro?
 
Silêncio! Ele contempla uma visão estranha:
 Ve surgir, um por um, dentre as sombras da história,
 Os vultos colossais das lendas da Alemanha...
 
** ** **
 
 AFINIDADES
 
A ânfora equilibrando, com graça real, na cabeça,
vai a jovem Romana pelo pórtico umbroso.
 
Pura pobreza veste-a, do leve corpete as sandálias:
mas que tesouro as formas! Nos gestos de harmonia!
 
No portico ergue os olhos, passando, a uma graga Afrodite,
e por instinto sente: Somos da mesma raça...
 
** ** **
 
DESPEDIDA
 
 Não me coroes, Alma querida, de rosas: o encanto
da Juventude é efêmero; e a minha é quase extinta.
 
Também não me coroes de louros: a Glória não fala
ao coração, nem o ouve, passa, longínqua e fria.
 
Coroa-me das heras, que abraçam as graves ruínas:

são da humanidade símbolo, e da tristeza eterna... 




Eliana (Shir) Ellinger
 
Fontes de pesquisa:

ANTONIO FRANCISCO DA COSTA E SILVA


DA COSTA E SILVA
( 1885 - 1950)
 
 
Antônio Francisco da Costa e Silva, poeta brasileiro, é o autor do hino do Estado em que nasceu,  Piauí (Cidade de Amarante). Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife. Foi funcionário do Ministério da Fazenda, tendo ocupado os cargos de Delegado do Tesouro no Maranhão, no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Viveu não só na capital desses Estados, mas também, por mais de uma vez, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Exerceu função pública na Presidência da República do Brasil, entre 1931 e 1945, a pedido do então presidente Getúlio Vargas.
Começou a compor versos por volta de 1896, tendo seus primeiros poemas publicados em 1901. Pertenceu à Academia Piauiense de letras, Cadeira 21, cujo patrono é o padre Leopoldo Damasceno Ferreira.
 
             


Antônio Francisco da Costa e Silva foi um grande poeta que conquistou diferentes pessoas com seu jeito harmonioso de ser. Sua extraordinária obra oscilou entre o parnasianismo e o simbolismo, mas sempre com um estilo próprio inconfundível.
Recolheu-se ao silêncio, demente, em 1933 e veio a falecer em 29 de junho de 1950.
 

IN TENEBRIS
 
Cego, tateio em vão, num caminho indeciso...
Que é feito desse amor que tanto me entristece,
Que nasceu de um olhar, germinou num sorriso,
Que viveu num segredo e morreu numa prece?!
 
É um mistério talvez; desvenda-lo preciso.
A alma sincera e justa - odeia, não esquece...
Si essa a quem tanto quiz hoje me não conhece.
Morra a ventura vã que debalde idealiso.
 
Ai! desse amor nasceu a dor que me subjuga:
A dor me fez verter a lágrima primeira,
E a lágrima, a brilhar, cava a primeira ruga...
 
Atra desilusão crava-me a garra adunca.
Cego de amor, em vão tateio a vida inteira,
Buscando o amor feliz e esse amor não vem nunca.
 
 

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SAUDADE

 
Saudade! Olhar de minha mãe rezando,
E o pranto lento deslizando em fio...
Saudade! Amor da minha terra...O rio.
Cantigas de águas claras soluçando.
 
Noites de junho...O caburá com frio
Ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando...
E, ao vento, as folhas lívidas cantando
A saudade imortal de um sol de estio.
 
Saudade! Asa de dor do pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas de névoa sobre a serra...
 
Saudade! O Parnaíba - velho monge
As barbas brancas alongando...E, ao longe,
O mugido dos bois da minha terra...
 

 
Eliana (Shir) Ellinger

 
Fontes de pesquisa: